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08/02/2012

Policial mantém família refém

Investigador teria chegado bêbado em casa na madrugada e feito os três irmãos e o pai passarem por momentos de tensão
Família do policial teria sido mantida refém em casa

Um investigador da Polícia Civil foi detido no fim da madrugada de ontem, suspeito de ter mantido a própria família refém por, pelo menos, duas horas, no bairro Madre Gertrudes, na região Oeste de Belo Horizonte. O policial Lúcio Costa Teles da Silva, de 41 anos, que faz uso de remédios controlados e teria consumido bebida alcoólica na madrugada, fez três irmãos e o pai passarem por momentos de tensão. Equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (GOE) estiveram no local para negociar com Teles, mas ele só aceitou se render com a chegada de sua equipe de trabalho na residência. O policial, atualmente, integra o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri).
De acordo com o delegado Islande Batista, chefe do Depatri, a família do policial relatou que ele chegou em casa embriagado por volta das 3h. Enquanto tomava banho, houve queda de energia na residência e isso teria deixado-o transtornado. "Ele começou a brigar com um dos irmãos por achar que ele tivesse desarmado o quadro de energia. A família, sabendo que ele tinha uma arma em casa, ficou temerosa e resolveu chamar a Polícia Militar". Conforme informações do 5º batalhão da PM, um dos irmãos do policial se aproveitou de um momento de descuido dele e pulou o muro da residência para conseguir pedir ajuda. A Polícia Civil não confirmou a informação.

Segundo o delegado, pela manhã, ele ainda permanecia muito alterado. "Nossa intenção era colher o depoimento dele de imediato, mas ele ainda estava muito transtornado, sem condições de falar".

Ainda conforme Islande Batista, os familiares não relataram ameaças por parte do policial, mas foi aberto inquérito para apurar se houve cárcere privado, que também será remetido à corregedoria da corporação.

Policial afastadoO delegado Islande Batista informou, também, que o policial, apesar de tomar remédios controlados, tem autorização médica para exercer suas funções. Ele passou por exames psiquiátricos e deve ficar afastado provisoriamente.
Legítima defesa em 2009
Em outubro de 2009, o investigador Lúcio Costa Teles da Silva reagiu a um assalto e acabou matando o ladrão, em um bar perto de casa. Na ocasião, Teles conversava com vizinhos, quando dois homens armados entraram e anunciaram o roubo. Clientes do bar foram agredidos pela dupla, que teria ficado furiosa ao encontrar a carteira de identificação do policial. Um dos assaltantes teria apontado a arma em direção ao detetive, mas ele conseguiu sacar seu revólver e matou o rapaz. Segundo o delegado Islande Batista, foi comprovado que o policial agiu em legítima defesa e ele não sofreu punições.

A família do policial foi procurada para se manifestar em relação à suspeita de cárcere privado, mas ninguém quis comentar o assunto. (KA)
KARINA ALVES
karina@otempo.com.br

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