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09/02/2012

PM aperta cerco a torcedor-bandido

Após mais um confronto de vândalos, policiamento será reforçado nos jogos do Mineiro
RICARDO VASCONCELOS
ricardo.vasconcelos@supernoticia.com.br
Polícia conseguiu prender 20 acusados, mas vários fugiram
A Polícia Militar vai montar um esquema especial de segurança para os jogos do fim de semana de Cruzeiro e Atlético, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, na região Central de Minas. O Galo joga no sábado, contra a Caldense, e o Cruzeiro, no domingo, enfrenta o Tupi pelo Campeonato Mineiro. A medida foi anunciada ontem, um dia após uma briga envolvendo torcedores dos dois times que terminou com 20 presos e dois feridos no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste da capital.

Entre as ações planejadas e que serão realizadas em Belo Horizonte, Sete Lagoas e cidades da região metropolitana, está o monitoramento dos torcedores nas áreas de embarque de ônibus e nos pontos de encontro das torcidas. As regiões mais vulneráveis, ou seja, com maiores índices de violência, também vão receber um reforço na segurança.

Dentro da Arena do Jacaré e nos seus arredores, haverá uma atenção maior por parte da PM. As ações vão acontecer antes e após as partidas. "Entendemos que as pessoas de bem devem contribuir com esse trabalho e ajudar a PM por meio de denúncia ao 181", pede o chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Rogério Andrade. De acordo com ele, é importante que as redes sociais usadas na internet também sejam monitoradas. A preocupação tem justificativa.

Na noite de anteontem, cerca de 40 torcedores atleticanos marcaram pela internet um encontro perto de um mercado na rua Pará de Minas, onde planejariam a excursão para o jogo de sábado. Por volta de 21h30, eles foram surpreendidos por aproximadamente 20 cruzeirenses, que agrediram os rivais com porretes, bastões e duas facas com a identificação da Torcida Organizada Pavilhão Independente.

Os suspeitos foram levados para a Seccional Noroeste, que instaurou um inquérito para investigar o caso. Eles assinaram um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO), que prevê uma pena mais branda de até dois anos de prisão, e foram liberados.

Hoje, o chefe do CPC vai pedir ao Ministério Público a interdição das 20 pessoas presas para que não possam mais comparecer aos jogos ou se concentrar em pontos de encontro de torcidas. "É uma medida pensada com base no Código de Postura do Torcedor. Essas pessoas precisam entender que as brigas e os tumultos não serão permitidos dentro ou fora dos estádios. É uma forma de mudar os paradigmas e garantir uma segurança maior para a sociedade", afirma Andrade.

FOTO: Google Stretview
Briga. Confronto aconteceu próximo à Feira Coberta, no Padre Eustáquio, e foi filmado por câmaras de segurança de prédios da região e também pelas câmaras do programa Olho Vivo da PM.
Google Stretview
Briga. Confronto aconteceu próximo à Feira Coberta, no Padre Eustáquio, e foi filmado por câmaras de segurança de prédios da região e também pelas câmaras do programa Olho Vivo da PM.
´Imposição da força´
Para o filósofo Robson Sávio Reis Souza, especialista em segurança pública, as torcidas organizadas entraram num ritmo muito violento de disputa de forças. "Os valores não estão mais no time, mas na imposição da força contra o rival", explica Souza.

Assim como o chefe do CPC da PM, ele defende um controle maior das redes sociais por parte das autoridades e uma legislação mais rigorosa para punir quem usa os meios de comunicação para promover atos de violência.
FOTO: Reprodução G1
Reprodução G1
Feridos
Além dos presos, a PM socorreu dois feridos Denis Rodrigues de Castro, de 26 anos, teve alta ontem. Rafael Tadeu Guimarães, de 28, continua internado no Hospital Odilon Behrens. Ele sofreu fraturas nos braços, traumatismo craniano leve, cortes pelo corpo e vai passar por uma cirurgia.

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