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28/04/2013

Crime preocupa frequentadores da Praça da Liberdade


Adolescente de 13 anos que estava com grupo de amigos é esfaqueado após deixar a Praça da Liberdade. Moradores se dizem assustados com jovens que ocupam local e abusam de bebidas

Sara Lira -Flávia Ayer - Carolina Cotta - Estado de Minas - 28/04/2013 08:00
O garoto A.M.R., de 13 anos, foi esfaqueado na madrugada de ontem quando saía da Praça da Liberdade. Ele seguia em direção ao Centro quando um jovem, já identificado pela Polícia Militar, o abordou. A vítima seria integrante da “tribo” emo, um dos grupos que frequentam o espaço durante a madrugada. A agressão, para moradores da região, era anunciada. Desde que a Savassi começou a ser reformada, em 2011, as tribos migraram para a Praça da Liberdade. Lá, segundo um morador que não quis se identificar, adolescentes se encontram para ouvir música, conversar e beber. O consumo exagerado de álcool faz com que guardas municipais que fazem ronda na praça tenham que levar os jovens ao hospital. 

Segundo o major Carlos Alves, comandante da unidade da PM responsável pela área, a briga de ontem não envolveu grupos “ideológicos” de acordo com as apurações iniciais e ocorreu na altura do número 99 da Rua Goiás. O agressor, segundo ele, tinha uma rixa com o garoto e foi até ele com a intenção de esfaqueá-lo, mas não fazia parte de nenhum grupo. A polícia ainda não sabe o que motivou as agressões. O jovem foi socorrido por militares e levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, sentindo muitas dores e consciente. Ele passou por cirurgia e até a noite de ontem permanecia internado e seu estado de saúde considerado estável e sem risco de morte.

O pai de A., Gilson Ribeiro dos Santos, fez ontem um desabafo: “Pela idade que ele tem, não era para estar andando de noite nesses lugares”. Ele considera perigoso o filho sair de madrugada, mas diz que não tem como proibir. “Eu sempre peço para ele não ir, mas infelizmente eles não concordam com a gente e nem nos obedecem”, lamentou, em entrevista à TV Alterosa. Segundo o pai, o adolescente se reúnem às sextas-feiras com um grupo de roqueiros na praça. O jovem contou a Gilson que recebeu uma rasteira e, quando tentou se levantar, levou a primeira facada. “Ele contou que estava descendo da Praça da Liberdade para o Centro e que encontrou uma pessoa batendo em um menino que conseguiu fugir. Mas essa pessoa foi para o lado deles e eles tentaram correr, mas ela passou uma rasteira no meu filho. Ele tentou se levantar para correr quando levou a facada nas costas”, disse. O jovem disse à polícia que o agressor trajava calça jeans, blusa preta e aparentava ter 17 anos. A ocorrência foi registrada na Polícia Civil como crime de lesão corporal. 
A praça à noite: paramoradores, caso de violência era anunciado (Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
A praça à noite: paramoradores, caso de violência era anunciado
O major Carlos Alves disse que não é comum haver ocorrências de brigas na Praça da Liberdade. “Ali existe a presença de muitos grupos e às vezes eles perturbam o sossego. Também aparecem alguns usuários de maconha, mas quando são encontrados com drogas são conduzidos para o batalhão. No entanto, brigas e confusões não são típicas na região”, sustentou o militar. Mas um morador disse que os conflitos são constantes. Disse ainda que os jovens compram bebidas em um supermercado que fica na Rua Antônio Aleixo e colocam dentro de latas de refrigerantes. A escuridão também favoreceria a atuação criminosa. Segundo o próprio major, isso deixa o local mais vulnerável. 

Episódio preocupa frequentadores
Acostumados a frequentar a Praça da Liberdade, um grupo de adolescentes está preocupado com a violência. Izabel Teresa da Silva, de 17 anos, quase não foi liberada pela mãe para se encontrar com os amigos no cartão turístico da cidade. “Ela soube do crime e ficou com medo. Expliquei que durante o dia o clima é mais tranquilo”, disse. Sinara Tássia Freitas de Abreu, de 19, é frequentadora da Praça da Liberdade nas noites de sexta-feira. “A gente vem cantar, bater papo. Muitos bebem, mas o clima sempre foi pacífico”, conta a estudante, que afirma ver com frequência policiamento até meia-noite.

Mas Larissa Brandão, de 17, defende mais policiamento. “Tem muita gente bacana, mas tem muita gente mal-encarada também. É um lugar agradável para encontrar os amigos, vem muito casal de namorado, mas esse crime assustou. Por causa de situações como essas nossos pais podem começar a nos impedir de frequentar a praça”, lamenta. Para Paula Alkmin, de 27, o lugar, que deveria ser um espaço de descanso e contemplação, acaba se tornando perigoso. “Fatos como esse me fazem pensar duas vezes antes de vir à praça.”
Simara, Stephanie e Larissa: pais tentaram proibi-las de ir à praça ontem (Jair Amaral/EM/D.A Press)
Simara, Stephanie e Larissa: pais tentaram proibi-las de ir à praça ontem

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