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05/03/2013

Ex de Macarrão diz ter medo de revelar o que sabe sobre caso Eliza


Ela acredita que existem pessoas do Bruno que ainda estão soltas.
Andreia Rodrigues Silva disse que foi ao fórum se reunir com promotoria.
 

Glauco Araújo e Pedro Cunha Do G1 , em Contagem (MG)

Andreia Rodrigues Silva, uma ex-namorada de Macarrão, afirmou ao G1 na tarde desta terça-feira (5) que foi ao Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte passar informações ao promotor Henry Wagner, após um pedido do assistente de acusação José Arteiro. Questionada sobre o motivo pelo qual ela teria resolvido falar sobre o caso somente agora, Andreia disse que após uma conversa de Macarrão com Arteiro, o ex-namorado pediu ao assistente de acusação para que a procurasse para que ela passasse informações sobre o caso. Ao ser perguntada se havia coisas que não poderiam ser ditas, ela foi categórica. “Com certeza, né? Tem muita gente do Bruno solta. Às vezes tem pessoas que a gente não conhece que pode ser gente do Bruno. O primeiro que falou rodou. Eu tenho medo”     .    

05/03/2013 - Ex-namorada de Macarrão fala com a imprensa na porta do fórum (Foto: Pedro Triginelli/G1) 

     Ex-namorada de Macarrão fala com a imprensa na
porta do fórum (Foto: Pedro Triginelli/G1)

(Acompanhe no G1 a cobertura completa do julgamento do caso Eliza Samudio, com equipe de jornalistas trazendo as últimas informações, em tempo real, de dentro e de fora do Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Conheça os réus, entenda o júri popular, relembre os momentos marcantes e acesse reportagens, fotos e infográfico sobre o crime envolvendo o goleiro Bruno).
Andréia revelou ao G1 que Macarrão chegou a lhe dizer que estava preocupado com o que iria acontecer. A conversa entre os dois teria ocorrido após o dia apontado como o da morte de Eliza – 10 de junho de 2010. “Ele [Macarrão] falou que Bruno estava pressionando ele. Pedindo para fazer coisas que ele não queria fazer. Mas não especificava o que. Isso ele me falou três dias depois do ocorrido. Ele disse que tinha feito uma coisa e que achava que a casa ia cair. E creio que isso tem relação com a morte de Eliza”.


A mulher acredita que mais pessoas podem estar envolvidas na morte de Eliza Samudio. Porém, ela não citou nenhum nome. Ao ser perguntada se esses envolvidos poderiam ser o policial civil aposentado José Lauriano – o Zezé – e o policial civil Gilson Costa, ela encerrou a conversa.
A ex-namorada de Macarrão deve depor como testemunha no julgamento de Marcos Aparecido dos Santos – o Bola –, que está marcado para o mês de abril.
Sobre as declarações de Andreia, o advogado Tiago Lenoir, que defende Bruno Fernandes, disse ao G1 que informações extrajudiciais não serão comentadas.
Mais cedo, a ex-namorada de Macarrão já havia comentado sobre o crime. “O Macarrão me contou que a ordem partiu de Bruno”, disse. Ela ainda afirmou que havia uma relação de submissão entre os amigos. “Quem manda é o Bruno, quem obedece é o Macarrão’.
Questionada se Macarrão seria inocente em relação à morte de Eliza, Andreia respondeu brevemente: “Meio a meio”. Ela afirmou que Eliza não ficou trancada em nenhum momento no sítio do goleiro Bruno, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas que estava com o olho roxo. Ainda segundo ela, Luiz Henrique nunca comentou sobre Bola, apelido de Marcos Aparecido dos Santos, ex-policial que também responde ao processo pela morte de Eliza, e sobre o Zezé.
‘A gente tem uma química’
05/03/2012 - Andréa Rodrigues Silva, ex-namorada de Macarrão, na porta do Fórum de Contagem (Foto: Pedro Triginelli/G1) 
 Andréa Rodrigues Silva, ex-namorada na 
porta do
Fórum de Contagem (Foto: Pedro Triginelli/G1)
Em relação ao relacionamento com Macarrão, Andreia afirmou que perdeu o contato com ele, desde a época da prisão, em 2010. Ela contou ainda que até tentou visitá-lo, mas não conseguiu se cadastrar. A mulher disse que pretende rever o ex, se tiver oportunidade. “Não sou mais apaixonada, mas a gente tem uma química!”, disse.
Sobre tudo o que Andreia tem conhecimento do caso Eliza Samudio, uma coisa ela diz não saber se é verdade. A questão já apontada antes, de que o ex-namorado, Luiz Henrique Romão, seria gay.

Mãe de Eliza passa mal, Bruno chora
A mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, deixou a sala do Tribunal do Júri de Contagem após passar mal, na tarde desta terça-feira. Ela saiu do plenário aparentando não estar se sentido bem, quando era exibida uma reportagem em que a filha denunciava ter sido ameaçada por Bruno Fernandes. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ela foi amparada pela acompanhante em direção ao banheiro. Sônia chorava neste momento. Em seguida, ela foi levada para outra sala dentro do Fórum de Contagem. Às 17h20, o TJMG informou que Sônia já se sentia melhor, e, por volta das 17h35, ela voltou ao plenário depois de se ausentar por cerca de uma hora e vinte minutos.
Também durante a exibição de vídeos, o goleiro Bruno voltou a se emocionar e chorou no plenário. Tanto na manhã desta terça-feira (5), quanto no primeiro dia de julgamento, o atleta foi fotografado chorando e com uma postura diferente da apresenta no primeiro julgamento do caso Eliza.
Depoimento 'bombástico'
Um dos advogados do Bruno Fernandes, Tiago Lenoir, declarou na tarde desta terça-feira (5) que o goleiro não foi o mandante da morte da ex-amante Eliza Samudio. "O Bruno não vai confessar aquilo que ele não fez. Por exemplo, confessar que ele mandou matar Eliza Samudio. Isso não aconteceu. Ele fala que não. Ele não conhece Bola, ele não arquitetou nada", afirmou o defensor.

Durante a manhã, Lenoir disse ao G1 que o depoimento de Bruno durante o julgamento será “bombástico”. Questionado sobre qual seria a relevância das declarações do cliente, o advogado respondeu que, possivelmente, a parcela de culpa de Bruno neste caso tenha sido não interromper o plano Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, em relação à Eliza. “Será que o Bruno sabe que o Macarrão ia tomar essa atitude? Será que o Bruno sabe que o Jorge estaria envolvido? Será que o Bruno sabia que tudo isso iria acontecer? Saber é uma coisa, vontade de fazer é outra. E, quem sabe, ele não poderia fazer diferente. Talvez a parcela de culpa dele teria sido essa, de ter impedido o Macarrão de ter feito alguma coisa", pontuou.
Anteriormente, o advogado disse que Bruno Fernandes contará toda a verdade envolvendo o desaparecimento e a morte da ex-amante. “Ele vai dizer o que teria ouvido e o que teria visto. Ele sabe de muita coisa. Ele é o Bruno. Ele é, em tese, o patrão. Ele é, em tese, quem tinha o dinheiro. Era ele quem sustentava aquele povo todo, então dizer que ele não sabia de nada seria ingenuidade”, afirmou.


Eliza Samudio (17)
 
O advogado também contou sobre a relação do jogador com os outros réus, os quais ele sustentava, de acordo com Lenoir. “Ele foi goleiro da nação rubro-negra, do Atlético-MG. O Bruno tem que ser goleiro dele mesmo. Ele foi goleiro de pelo menos nove famílias”, disse.
Em relação ao depoimento de Luiz Henrique Romão – o Macarrão -, em novembro de 2012, no qual o réu informou ter levado de carro a ex-amante do jogador até local indicado pelo goleiro, Lenoir disse que à época Bruno esperava a verdade do amigo. “Ele está muito chateado porque acreditava que o Macarrão também diria o que sabe, mas não falou”, contou nesta terça (5).
Na época, Macarrão também disse à juíza que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a jovem seria morta. Macarrão afirmou ainda que alertou Bruno sobre o que podia acontecer, mas que o goleiro pediu para ele deixar "de ser bundão".
Segundo dia
Recomeçou às 9h20 desta terça-feira (5) o júri popular do goleiro Bruno Fernandes e da ex-mulher Dayanne Rodrigues, no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O segundo dia de julgamento, que teve primeira sessão na segunda-feira (4), estava marcado para ser iniciado às 9h desta terça-feira, mas começou com 20 minutos de atraso.

Logo após o início da sessão, por volta das 9h35, aconteceu um problema na rede elétrica do Fórum de Contagem, atrasou por mais alguns minutos o julgamento. Com a pane, não havia energia na sala onde os jornalistas acompanham o júri por uma televisão. A queda de energia afetou várias salas no fórum, mas não o plenário.
Nesta terça-feira continuaram a ser ouvidas testemunhas do caso Eliza Samudio. Foram ouvidos João Batista Guimarães, que acompanhou o depoimento do motorista Cleiton  Gonçalves à época do inquérito e Célia Rosa Sales, prima de Bruno e irmã de Sérgio Rosa Sales, réu no processo assassinado no ano passado. Jaílson de Oliveira, detento que denunciou ter ouvido uma confissão de Bola, foi dispensado pela juíza. Já o depoimento de Renata Garcia, advogada que acompanhou o depoimento do então menor Jorge, que delatou Bruno à polícia, foi colhido por carta precatória (à distância) e foi lido em plenário.
Após a oitiva de testemunhas, a sessão foi interrompida por ceca de uma hora para o almoço. Após o intervalo, iniciou-se a leitura e exibição de peças anexadas ao processo.
Primeiro dia de júri: choro e Bíblia
No primeiro dia do júri popular do goleiro Bruno e de Dayanne Rodrigues, o atleta chorou, leu a Bíblia e, de cabeça baixa durante as quase oito horas de sessão, viu sua defesa dispensar todas as testemunhas que havia arrolado.

O corpo de jurados composto por cinco mulheres e dois homens também foi escolhido nesta segunda (4).
Testemunhas dispensadas e ausentes
Após o sorteio do júri, os advogados decidiram dispensar sete das 15 testemunhas (5 de acusação e 10 de defesa) inicialmente arroladas. A dispensa deve acelerar o julgamento, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), de cinco para três dias.

Considerado testemunha-chave no júri, o primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa, não compareceu e também foi dispensado.
Com as dispensas e as ausências, Bruno ficou sem nenhuma testemunha de defesa. Para especialistas, trata-se de uma estratégia (entenda no Traduzindo).

Menor dizia a verdade, diz delegada
A única testemunha ouvida nesta segunda foi a delegada Ana Maria Santos, que atuou na investigação da morte de Eliza Samudio. Testemunha  arrolada pela Promotoria, ela disse à juíza Marixa Fabiane que a polícia ouviu todos os envolvidos que foram encontrados no sítio de Bruno em Esmeraldas (MG), onde Eliza teria sido mantida em cativeiro, e que o menor à época, Jorge Luiz Rosa, "dizia a verdade" quando acusou Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, de ter executado a jovem.

Segundo a delegada, as investigações levaram até a ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, depois que policiais encontraram Bruninho [filho de Eliza com o goleiro] graças a denúncias anônimas sobre o espancamento de uma mulher e sua morte. Conforme depoimento da delegada, Dayanne deu o bebê para outro acusado, Wemerson Marques, o Coxinha.
Ana Maria Santos disse que foi até o centro de internação ouvir o então menor primo de Bruno sobre a morte de Eliza.
Segundo ela, o menor foi morar com Bruno e, um dia, afirmou ter ouvido uma conversa entre Macarrão e Eliza. Segundo a delegada, o menor afirmou que Eliza xingava o goleiro, dizia que estava com dificuldades financeiras para criar o filho e que o "Bruno estava se achando o Rogério Ceni".

A delegada também disse como Jorge Luiz Rosa relatou a morte de Eliza. Ele disse que viu Bola esganar Eliza, passando o braço direito sobre seu pescoço. Segundo ele, Bola também pediu para Macarrão pegar uma corda, momento em que ele começou a "desferir bicudas" em Eliza.

A defesa de Bruno, por sua vez, tentou desqualificar as palavras da delegada, questionando porque ela estava de férias durante as investigações e se ela tinha sido investigada por permitir uma filmagem de Bruno em um avião. A delegada disse que jamais foi denunciada.
A delegada afirmou ainda que o menor Jorge não citou em seu depoimento os policiais Gilson Costa e José Lauriano Assis Filho, o Zezé. Os dois são investigados em um procedimento cautelar mais recente. A polícia verificou que Zezé e Macarrão trocaram 39 ligações telefônicas nos dias do cárcere e morte de Eliza, e foi aberto um inquérito paralelo para investigar ambos.
Depois de encerrada a sessão, um dos advogados de Bruno comentou as investigações. Para Tiago Lenoir, a suspeita sobre o policial Zezé prova que "a acusação não conseguiu ainda buscar a verdade real desse processo". "Passados dois anos e oito meses tiveram que pedir quebra de sigilo bancário e telefônico", criticou.
Segundo a delegada, o menor dizia a verdade sobre o crime. "Tive razões para confirmar que ele [Jorge] dizia a verdade quando um parecer exarado por um médico legista confirmou que aquela narrativa leiga do jeito que fora feita tinha uma fundamentação científica", disse a delegada.
A defesa de Bruno, por sua vez, tentou desqualificar as palavras da delegada, questionando porque ela estava de férias durante as investigações e se ela tinha sido investigada por permitir uma filmagem de Bruno em um avião. A delegada disse que jamais foi denunciada.
A delegada afirmou ainda que o menor Jorge não citou em seu depoimento os policiais Gilson Costa e José Lauriano Assis Filho, o Zezé. Os dois são investigados em um procedimento cautelar mais recente. A polícia verificou que Zezé e Macarrão trocaram 39 ligações telefônicas nos dias do cárcere e morte de Eliza, e foi aberto um inquérito paralelo para investigar ambos.
Depois de encerrada a sessão, um dos advogados de Bruno comentou as investigações. Para Tiago Lenoir, a suspeita sobre o policial Zezé prova que "a acusação não conseguiu ainda buscar a verdade real desse processo". "Passados dois anos e oito meses tiveram que pedir quebra de sigilo bancário e telefônico", criticou.
 

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