Eleição 2014

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07/03/2013

Bruno sorri com leitura de carta que enviou para ex-namorada da cadeia

O jogador chama a condenada Fernanda Castro de 'amor' e promete casar.Ingrid Calheiros, que diz ser a atual mulher do goleiro, presenciou a leitura.
Rosanne D'Agostino Do G1, em Contagem (MG)

07/03/2013 - Lúcio Adolfo, advogado de Bruno, conversa com seu cliente (Foto: Léo Aragão/G1)  
Lúcio Adolfo, advogado de Bruno, conversa com o cliente durante mais um dia do júri (Foto: Léo Aragão/G1)
O goleiro Bruno Fernandes de Souza sorriu nesta quinta-feira (7) quando o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro leu uma carta que o jogador escreveu da prisão à Fernanda Gomes de Castro, sua ex-namorada, chamando a jovem de "amor", dizendo que estava com saudades e prometendo casamento "quando tudo terminar". Ela foi condenada em novembro pelo sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio e do filho que a modelo teve com o atleta.
07/03//2013 - Bruno continua a depor durante o julgamento (Foto: Renata Caldeira / TJMG) 
Bruno é ouvido novamente na sessão desta quinta,
a pedido da defesa (Foto: Renata Caldeira / TJMG)
07/03/2013 - Dayanne observa a movimentação no quarto dia de julgamento (Foto: Renata Caldeira / TJMG) 
Dayanne ouviu o promotor pedir sua absolvição de
crime no caso Eliza (Foto: Renata Caldeira / TJMG)
quarto dia de júri
 

(Acompanhe no G1 a cobertura completa do julgamento do caso Eliza Samudio, com equipe de jornalistas trazendo as últimas informações, em tempo real, de dentro e de fora do Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Conheça os réus, entenda o júri popular, relembre os momentos marcantes e acesse reportagens, fotos e infográfico sobre o crime envolvendo o goleiro Bruno.)
Ingrid Calheiros, que tem se apresentado como mulher do goleiro Bruno, estava presente no plenário do Fórum de Contagem, em Minas Gerais, durante a leitura do documento.
A carta foi escrita por Bruno quando ele já estava preso pela morte de Eliza.
Na quarta-feira, durante o seu interrogatório, Bruno disse que na época dos fatos era noivo de Ingrid e que Fernanda era uma ex-namorada que estava em sua casa cuidando de Bruninho a pedido de Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Bruno e a ex-mulher Dayanne Rodrigues enfrentam júri popular por crimes relacionados ao desaparecimento e à morte de Eliza Samudio, com quem o goleiro teve um filho. O atleta responde pela morte e ocultação de cadáver da modelo e pelo sequestro e cárcere privado da criança. A ex-mulher responde pelo crime de sequestro e cárcere privado de Bruninho.
O goleiro, que na época do crime era titular do Flamengo, é acusado pelo Ministério Público de planejar a morte para não precisar reconhecer o filho nem pagar pensão alimentícia. Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para o sítio do goleiro em Esmeraldas (MG), segundo a denúncia, onde foi mantida em cárcere privado. Depois, foi entregue para Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado.
Para a Justiça, a ex-amante do jogador foi morta em 10 junho de 2010, em Vespasiano (MG). A certidão de óbito foi emitida por determinação judicial. O bebê, que foi encontrado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG), hoje vive com a avó em Mato Grosso do Sul. Um exame de DNA comprovou a paternidade.
'Sabia e imaginava'
Bruno, em um novo interrogatório nesta quinta sobre a morte de Eliza, disse que "sabia e imaginava" que Eliza seria morta. A juíza Marixa Rodrigues determinou que ele retornasse ao plenário para ser ouvido novamente, a pedido de sua defesa. "Pelas brigas constantes, pelo fato de eu ter entregado ao Macarrão o dinheiro", disse o jogador.
O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro afirmou que agora é possível saber que o goleiro Bruno"mentiu", mesmo sabendo de toda a verdade sobre a morte de Eliza Samudio, sua ex-amante.
"O futebol perdeu um goleiro razoável, mas um grande ator", disse o promotor. Ele começou sua fala afirmando que a "canalha quadrilha" levou Eliza do Rio de Janeiro para Minas Gerais e que ela nunca fez o exame de DNA porque Bruno não quis. Ainda, segundo o acusador, Bruno agrediu Eliza, ameaçou de morte e tentou forçá-la a tomar abortivos. Segundo ele, o jogador se negava a atender seu único pedido: o pagamento dos exames pré-natais.
"Bruno é o articulador, ele está no comando, ele está no controle, ele está na apuração", disse o promotor, que afirmou que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, era "jagunço e faz-tudo" de Bruno. Por isso, o goleiro enviou, depois do crime, uma carta pedindo que o "irmão" assumisse a culpa em seu lugar.
Promotor livra Dayanne
O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro pediu a absolvição de Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro Bruno. Ele apresentou seus argumentos na fase de debates entre acusação e defesa no júri popular da morte da ex-amante do goleiro Eliza Samudio. Dayanne chorou ao ouvir as palavras do promotor. O veredicto, culpado ou inocente, deve sair ainda nesta quinta.
Segundo henry, Dayanne deve ser inocentada porque foi "coagida" pelo policial aposentado Zezé, José Lauriano, que hoje é investigado por participação no crime. Segundo o promotor, ele "é a pessoa que chega na noite da morte de Eliza com Bola". O promotor diz também que Bruno deixou a "mãe de suas filhas à mercê" de Zezé. "E Bruno conhecia o Zezé."
Antes disso, a ex-mulher do goleiro pediu para ser ouvida novamente no júri popular para dizer que tem medo de José Lauriano, policial aposentado chamado de Zezé, investigado como suspeito de participação na morte.
Na nova fala, Dayanne afirmou que recebeu uma ligação do policial Zezé, em que ele dizia que Macarrão já o tinha avisado de que ela estava com o bebê e que a orientou a não comparecer com a criança na delegacia de polícia. "Eu senti medo naquele momento, tanto quanto estou sentindo agora, ainda mais depois que o Bruno falou ontem", disse.
'Dominava toda a situação'
A delegada Alessandra Wilke acompanha o quarto dia do júri do caso Eliza Samúdio, que vai definir o futuro do goleiro Bruno, acusado de envolvimento na morte da ex-amante. "Ele é o mandante, ele dominava toda a situação, ninguém faria nada deste tamanho sem o aval dele", afirmou na manhã desta quinta. Alessandra participou da investigação do crime na época do desaparecimento da jovem.
"O depoimento do Bruno foi um teatro, ele tentou melhorar a situação dele, mas não conseguiu. As provas do inquérito mostram que ele é o responsável pelo mando de toda essa trama criminosa", disse. Para ela, no interrogatório, ele perdeu a chance de dizer a verdade. "É o último momento. O laço da corda está no pescoço dele. É o momento de ele tentar dizer que está arrependido por não ter ajudado a polícia".
'Vou buscar a absolvição'
O advogado Lúcio Adolfo disse nesta quinta-feira, na chegada ao Fórum de Contagem, que entraria para o debate com a Promotoria com a intenção de conseguir a liberdade do réu Bruno Fernandes. "Vou buscar a absolvição do Bruno", afirmou o defensor. Segundo ele, a estratégia vai ser "ouvir o que o promotor vai falar e fazer contrapontos”.
Porém, o defensor reconheceu que, durante o interrogatório de quarta-feira (6), Bruno fez uma "confissão parcial", que, na avaliação dele, esclarece a participação do jogador e de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, na morte de Eliza. Ontem, Adolfo havia afirmado que acreditava na condenação do jogador, mas com diminuição de pena.

 

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