Programas como Bolsa Família, Bolsa Creche e até Bolsa Estupro se multiplicam pelo País
Em maio, boato sobre o fim do Bolsa Família provocou corrida às agências da Caixa e gerou empurra-empurra entre os beneficiários
Tânia Rêgo/20.05.2013/ABr
O governo federal fez escola com os programas de transferência de
renda, conhecidos como “bolsas”. Recentemente, os governos estaduais
adotaram a fórmula e passaram a apostar nas mais diversas formas de
repasse de recursos à população carente.
Programas como Bolsa Família, Bolsa Creche, Bolsa Crack e até Bolsa
Estupro — alguns em funcionamento, outros na fase de elaboração — são
estimulados pelo baixo custo e facilidade de implantação, de acordo com a
avaliação da professora de ciências sociais da Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo) Cristina Andrews.
Ela lembra que para repassar subsídios financeiros para a população só é
preciso um cadastro, um cartão e uma rede bancária para fazer a
transferência.
— Não é para menos que eles estão pipocando por aí.
Políticos já criaram Bolsa Família, Bolsa Crack e até Bolsa Estupro. Conheça alguns desses programas
Mas Cristina pondera que todas essas inciativas foram criadas em
resposta a demandas sociais. Segundo ela, mesmo não resolvendo os
problemas estruturais da sociedade brasileira, esses programas se
configuram como "alternativas”.
— A questão da distribuição de renda é uma questão complexa, mas que,
de certa forma, esses programas “bolsa isso”, “bolsa aquilo”, estão
respondendo a uma demanda.
De olho nas urnas?
O especialista em marketing politico da ESPM Emmanuel Publio Dias
ressalta que o nome "bolsa" é uma criação publicitária “para pegar na
boca do povo”. Não é a toa que o Bolsa Família virou a grande marca do
governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dias acredita, no entanto, que esse modelo está chegando ao seu limite e
que a criação de "bolsas" não é suficiente para fazer com que o
político ganhe uma eleição.
— Nenhum fato político é suficiente para determinar o sucesso ou
fracasso de uma campanha. Não adianta o sujeito criar uma bolsa
maravilhosa e ser um canalha.
* Colaborou Giorgia Cavicchioli, estagiária do R7.
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