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04/06/2013

Atualizado em 04/06/2013 13h03 Viúva de morto na Av. Higienópolis diz que dinheiro era para obra de casa

Eduardo Paiva sacou R$ 3 mil e voltava para colégio onde trabalhava.
Vítima foi baleada por assaltante, que fugiu sem levar o dinheiro.

Julia Basso Viana Do G1 São Paulo
A viúva de Eduardo Paiva, de 39 anos, funcionário do Colégio Nossa Senhora de Sion que morreu após ser baleado em tentativa de assalto nesta segunda-feira (3) na Avenida Higienópolis, no Centro de São Paulo, disse nesta terça-feira (4) que o dinheiro que ele havia sacado iria para a construção da casa da família, que mora na região da Brasilândia, na Zona Norte.


Paiva levou dois tiros, um deles na cabeça, após reagir a um assalto depois de sair de uma agência bancária, onde sacou R$ 3 mil. "Estávamos construindo nossa casa. O dinheiro iria para isso. A gente não tinha dinheiro para fazer de uma vez, era de parede em parede", falou a mulher da vítima, que se identificou apenas como Márcia.
Família de funcionário do Sion chega ao IML para liberar corpo (Foto: Julia Basso/G1) 
Família de funcionário do Sion chega ao IML para
liberar corpo (Foto: Julia Basso/G1)
Ela esteve no Instituto Médico-Legal (IML) nesta manhã, acompanhada dos irmãos de Eduardo e um dos filhos do casal. Muito emocionada, chorou enquanto falava sobre o marido. "Como pai, como marido, ele era uma pessoa que não tinha defeito. Nunca foi de brigar. Não sabia abrir a boca para ofender alguém", disse. O casal estava junto havia 16 anos.
Muito abalado e com lágrimas nos olhos, Alberto Paiva falou que o irmão “era um menino bom”. "Se eu pudesse, faria (justiça) com as próprias mãos", completou. Outro irmão, Leriomar Sousa Paiva, diz que Eduardo “nunca se envolveu com nada errado”. "Ele era um irmão excepcional, prestativo, amigável. Um vazio fica na gente, tem que ter força", lamentou.

Após a liberação do corpo, que estava prevista para o meio-dia, a vítima será velada no Atendimento Especial ao Esquife (Aespe), em Guarulhos, na Grande São Paulo, às 16h, segundo Airton Lima, proprietário da empresa. Ele ainda disse que o corpo será embalsamado e levado para Ilhéus e depois para a cidade natal da vítima, na Bahia, na manhã de quarta-feira (5), onde parte da família de Eduardo vive e será realizado o enterro.
O assassinato foi filmado por câmeras de segurança do colégio. A primeira delas mostra a reação de Paiva após ser rendido. A segunda câmera mostra a sequência da ação e a fuga dos criminosos.
 Veja ao lado imagens cedidas pela polícia (atenção: as imagens são fortes).
O funcionário foi socorrido e levado para a Santa Casa de Misericórdia, onde morreu. Segundo assessoria de imprensa do Colégio Nossa Senhora de Sion, Paiva era funcionário da instituição havia oito anos e trabalhava na área de manutenção da escola.
Em nota, a direção do colégio lamentou o falecimento e disse que está contribuindo com as investigações da Polícia Militar, cedendo as imagens do seu sistema de segurança e fornecendo todas as informações solicitadas.
A vítima tinha acabado de sacar R$ 3 mil em uma agência bancária, na altura do número 900 da avenida, próximo à Praça Esther Mesquita. Ele foi seguido por dois desconhecidos em uma moto. Paiva foi abordado quando já estava próximo ao colégio, segundo a polícia.
Mapa crime em Higienópolis (Foto: Editoria de arte )
Os criminosos fugiram sem levar nada. O caso foi registrado no 77º Distrito Policial, em Santa Cecília.
O delegado Wilson Roberto Zampieri, que acompanha o caso, considerou ousada a ação dos bandidos, e revelou que esse tipo de crime é raro na região. "Percebe-se [nas imagens] que a vítima reagiu", afirma Zampieri.
A polícia já realizou a perícia no local, e está analisando as imagens das câmeras de segurança cedidas pelo colégio.

O presidente do Conselho de Segurança de Santa Cecília quer mais segurança no bairro. "Nós estamos pedindo muito policiamento velado', disse  o presidente do Conseg, Fábio Fortes.

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