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04/06/2013

Atualizado em 04/06/2013 11h52 PF desarticula quadrilha de tráfico internacional de drogas no Brasil

Dez pessoas foram presas no Brasil e no exterior; um suspeito estava morto.
Investigações começaram há um ano e meio, a pedido da Espanha.

Alba Valéria Mendonça Do G1 Rio
 
A Polícia Federal prendeu dez pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.  As prisões, segundo o delegado Paulo Telles, ocorreram entre quinta-feira (30) e a noite desta segunda-feira (3), em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, no Pará, em São Paulo,  em Rondônia , além de Portugal e Suíça. A quadrilha foi desarticulada graças ao pedido da Guarda Civil Espanhola para investigar a um dos suspeitos de traficar cocaína para Madri.

Um dos integrantes da quadrilha, o colombiano Alexander Pareja Garcia, que foi preso em Minas Gerais, morava no Brasil há pelo menos  11 anos. Ele já tinha sido preso em 2007 pela PF durante a Operação Platina, por lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas, mas foi solto pela justiça brasileira. Desde então, Pareja vivia na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Dentre os bens sequestrados de Pareja estão dois postos de gasolina, uma construtora, um areal, uma  casa na  Barra da Tijuca e outra em Angra dos Reis, no Sul Fluminense.  Ele utilizava os imóveis para a lavagem de dinheiro da quadrilha, segundo o delegado. Pareja está incluído no alerta vermelho da  Interpol, que lista os criminosos internacionais mais procurados,  mas continuava livre no Brasil.

Dos 11 procurados, um deles, o colombiano Henry Alejandro Rodriguez Gallego, cunhado de Pareja, foi morto há cerca de duas semanas no Panamá.

Todos os presos vão responder a processo na 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro.  Eles vão responder por tráfico internacional de drogas, formação de quadrilha, financiamento para o tráfico, associação para o tráfico. Pareja vai responder apenas por lavagem de dinheiro da quadrilha.
Como agia a quadrilha, segundo a PF
Há um ano e meio, a Guarda Civil Espanhola entrou em contato com a PF pedindo que do colombiano  Henry Gallego, suspeito de traficar drogas para Madri e que tinha vindo para o Brasil.  A PF passou a investigá-lo quando ele chegou à cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.  Três dias depois foi ao Uruguai, Colômbia e Bolívia, retornando depois, por terra para Rio Grande. Com este primeiro grupo, Henry mandava a droga para a Espanha.

Mas logo depois, em Rio Grande, Henry, segundo o delegado Telles, teria se articulado com um grupo de traficantes que passou a exportar a droga para Portugal.  Esse grupo criou uma empresa de fachada de exportação de pescado congelado e fazia traficava a droga em embalagens de gelo em gel para conservação do peixe.

A droga vinha da Bolívia ou da Colômbia, chegava a Rondônia e depois no Rio Grande do Sul e seguia depois para Lisboa, em Portugal.

O delegado contou que em novembro passado,  a PF apreendeu no Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, um carregamento de 70 quilos de cocaína, que embarcariam em contêineres de pescado para Portugal. Parte da quadrilha foi presa e parte continuou sendo investigada.

Na busca por provas, a PF descobriu a ligação de Henry com o cunhado Pareja, no Rio. Pareja, segundo o delegado, era o responsável pela lavagem de dinheiro da quadrilha.

Outros pequenos carregamentos de droga foram enviados a Portugal e parte da quadrilha foi presa na Europa. Telles contou que na semana passada,  ao obter provas de que haveria um novo envio de drogas para Lisboa e constatar que a compra de bens de Pareja era incompatível com seu rendimento, foram iniciadas as prisões no Brasil.

“Pareja tem o equivalente a R$ 4 milhões em bens, o que não é compatível com o rendimento de suas fontes de renda, que não dão lucro. Prendemos uma quadrilha de distribuição de drogas, que tinha o Brasil apenas como rota do tráfico. A droga não era distribuída aqui. Ela ia direto para a Europa. No Rio acontecia somente a lavagem de dinheiro da quadrilha”, disse o delegado.
 

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