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13/10/2011

TRAGÉDIA DA CHUVA - Pressentimento ruim

Mulher de motociclista eletrocutado pediu para ele não sair, mas homem queria trabalhar para comprar o presente das crianças


TÂMARA TEIXEIRA



falesuper@supernoticia.com.br


Como um pressentimento de que algo ruim poderia acontecer, a esposa do motociclista Gleison Wilson de Souza, de 38 anos, a dona de casa Alessandra dos Santos Ribeiro, de 35, pediu ao marido que não saísse anteontem para trabalhar. Chorando, Alessandra lembrou ontem que o companheiro, que há 31 anos trabalhava vendendo amendoim, disse que precisava sair para ter o dinheiro para comprar o presente de Dia das Crianças para os quatro filhos do casal.

 
Por causa de uma falha e da demora do atendimento da Companhia Energética de Minas (Cemig), Souza morreu eletrocutado ao ser atingido por um fio de alta tensão que caiu por causa da chuva da última terça-feira. O acidente aconteceu no bairro Prado, região Oeste da capital, por volta das 19h30, mas três horas antes, por volta das 16h30, os moradores da rua já haviam comunicado o rompimento do fio à Cemig.

Ontem, na casa da família de Souza, que mora em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, a mulher dele estava inconsolável. Alessandra lamentou e disse que a tragédia poderia ter sido evitada. O enterro será hoje pela manhã, no Cemitério Bom Jesus, em Contagem.

"A gente não conhece os planos de Deus. O que sei é que não gostaria que isso tivesse acontecido. Se os moradores avisaram à Cemig com antecedência do fio partido, alguma coisa deveria ter sido feita para evitar a morte do meu marido".

A mulher se disse preocupada com o futuro da família já que Gleison era responsável por todas as despesas da casa. O vendedor de amendoins fazia o salgadinho mais cedo com a mulher e, à noite, saía para vender o amendoim em bares na região do Prado.

Indenização

A Cemig informou ontem que irá prestar assistência à família do motociclista, mas que ainda vai avaliar a liberação de uma possível indenização pela morte de Gleison. A companhia se propôs a pagar os custos com o enterro, mas a igreja evangélica frequentada pelo casal arcou com as despesas.

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