Valor da dívida é de R$ 461,4 milhões, destinado à implantação de unidade.
Empresa diz que 'poderá vir a exercer direito legal à recuperação judicial'
A endividada OSX, construtora naval controlada pelo empresário Eike Batista,
conseguiu algum alívio ao obter refinanciamento por 12 meses de
empréstimo, após 18 dias do seu vencimento, segundo fato relevante
enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta quarta-feira (6).
"A OSX Construção Naval S.A. (“OSX CN”) e a Caixa Econômica Federal
(“CAIXA”) concluíram o aditamento ao contrato do empréstimo-ponte
destinado à implantação da Unidade de Construção Naval do Açu (“UCN
Açu”), no valor de R$ 461,4 milhões por 12 meses a partir de seu
vencimento original, ou seja, 19 de outubro de 2013. O contrato de
garantia desse empréstimo, firmado com o Banco Santander S.A.
(“Santander”), também foi aditado pelo mesmo prazo", diz o comunicado.
Em nota à CVM, a OSX
informou que fez acordos com o Santander e a Votorantim, ambos bancos
garantidores, válidos até outubro de 2014, que incluem cláusulas
relativas ao possível exercício do direito legal à recuperação judicial
da companhia.
A OSX tinha dívidas de R$ 5,3 bilhões até junho, com R$ 1,1 bilhão na
Caixa Econômica Federal, sgeundo a agência Reuters. No ano, as ações da
OSX registram queda de 95%.
Endividada e correndo o risco de ter de recorrer à recuperação
judicial, a empresa afirmou, no comunicado, que a gestão financeira é
parte da sua rotina financeira. "A OSX vem trabalhando junto aos agentes
financeiros para adequar seu perfil de endividamento às necessidades de
curto, médio e longo prazo visando o desenvolvimento dos seus
projetos."
Na última sexta-feira (1º), a companhia já havia dito
que "poderia vir a exercer o direito legal à recuperação judicial" e
que vim cumprindo seu dever de estar preparada para a "eventualidade" de
isso ocorrer.
OSX poderá vir a exercer o direito legal à recuperação judicial, caso
a sua
administração verifique ser esta a medida mais adequada para a
preservação da continuidade de seus negócios e a proteção dos interesses
da OSX e dos interesses de seus stakeholders", disse a empresa em
comunicado, na ocasião.
O comunicado foi enviado em resposta a um questionamento da CVM sobre
notícia publicada na véspera que afirmava que a companhia deveria pedir
recuperação judicial até esta sexta-feira.
Na quinta-feira daquela semana, também em resposta a questionamento da CVM, a empresa de Eike Batista já havia afirmado que poderia recorrer à recuperação judicial.
OGX
A petroleira OGX entrou com pedido de recuperação judicial no
último dia 30 depois de não conseguir negociar com seus credores. No
total, apenas em bônus no mercado internacional, a OGX tem de pagar US$
3,6 bilhões. Há preocupação em relação à contaminação da OSX por conta
da dependência entre os negócios das duas empresas.
Rescisão de contratos com a OGX
Também no dia 30 de outubro, a OSX informou a rescisão de contrato de afretamento (transporte) com a OGX Petróleo, companhia do mesmo grupo de Eike Batista, em função de "não pagamento".
A rescisão refere-se ao contrato que regulava as condições e a
remuneração do afretamento da unidade flutuante FPSO OSX-1. Com este
cancelamento, o contrato de operação e manutenção da unidade também foi
rescindido, disse a companhia em fato relevante.
A OSX disse, ainda, que buscará exercer seus direitos legais para obter
valores atrasados e verbas rescisórias previstas em contrato e na
legislação aplicável.
Além disso, a OSX também firmou com os bancos internacionais do
sindicato constituído para financiar os custos de aquisição e
customização do FPSO OSX 1 um acordo para negociar um plano de
recomercialização ou renegociação da unidade, "visando ajustes do
cronograma de vencimento desta dívida ao plano de negócios da
companhia".
Na nota enviada à CVM, a OSX diz que a "vem cumprindo o seu dever de
estar preparada para a eventualidade de vir a exercer tal direito legal,
enquanto segue trabalhando normalmente em seus negócios, nas diversas
frentes de diálogo que mantem em curso simultaneamente, visando avançar
em suas iniciativas de reestruturação, incluindo potenciais combinações
empresariais".
Nenhum comentário:
Postar um comentário