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27/08/2013

Atualizado em 27/08/2013 12h21 Três réus da Chacina de Unaí começam a ser julgados em BH

A previsão é que a primeira testemunha seja ouvida nesta terça.
Quatro servidores do Ministério do Trabalho foram mortos em 2004.

Pedro Triginelli Do G1 MG
Réus da Chacina de Unaí chegam para julgamento, em Belo Horizonte (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Réus da Chacina de Unaí chegam para julgamento, em
Belo Horizonte (Foto: Reprodução/TV Globo)
Começou às 9h40 desta terça-feira (27), em Belo Horizonte, a sessão do julgamento de parte dos acusados de matar quatro servidores do Ministério do Trabalho no episódio conhecido como a "Chacina de Unaí", no Noroeste de Minas Gerais. O crime aconteceu há quase dez anos. O júri popular de três dos oito réus é realizado no Tribunal da Justiça Federal na capital mineira.


Nesta primeira sessão, serão julgados Rogério Alan Rocha Rios, William Gomes de Miranda e Erinaldo de Vasconcelos Silva pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha. Erinaldo também responde pelo crime de receptação. De acordo com a Justiça, os três atualmente estão presos.

A juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 9ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais, preside o julgamento. O conselho de sentença foi formado por cinco mulheres e dois homens. O grupo vai decidir se os réus são culpados ou inocentes dos crimes pelos quais foram denunciados. A previsão é que a primeira testemunha seja ouvida durante a tarde.
Os irmãos Antério e Norberto Mânica, fazendeiros na região de Unaí, são acusados de ser os mandantes das mortes dos auditores e motorista do Ministério do Trabalho. Eles investigavam uma denúncia de trabalho escravo quando foram mortos em uma emboscada.

De acordo com a procuradora da República Miriam Moreira Lima, há no processo uma versão de que os quatro foram vítimas de latrocínio, que é roubo seguido de morte. Segundo a representante do Ministério Público Federal (MPF), esta seria uma manobra para proteger os mandates do crime. E que os pertences dos fiscais e do motorista foram encontrados, que provaria não ter havido roubo.

O advogado de Antério Mânica, o criminalista Marcelo Leonardo, acompanha o julgamento nesta terça-feira. Ele diz que não é possível dizer ainda se este júri pode impactar na defesa do fazendeiro. O julgamento de Antério Mânica ainda não tem data marcada.
Sérgio Moutinho, que defende Rogério Alan Rocha Rios, disse que espera conseguir provar a inocência de seu cliente.
Servidores do Ministério do Trabalho pedem justiça aos quatro fiscais mortos em Unaí (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Servidores do Ministério do Trabalho pedem justiça aos
quatro mortos em Unaí (Foto: Reprodução/TV Globo)
O crime
A Chacina de Unaí aconteceu em janeiro de 2004. Quatro funcionários do Ministério do Trabalho – três auditores fiscais, Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonsalves, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira – foram mortos em uma emboscada quando investigavam uma denúncia de trabalho escravo em fazendas da região de Unaí.  Nove pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal.
Um dos réus, Francisco Elder Pinheiro, acusado de contratar os matadores, morreu no dia 7 de janeiro. Com isso, o processo passou a ter oito réus. No dia 17 de setembro, devem ir a júri os acusados de ser, respectivamente, mandante e intermediários: Norberto Mânica, Hugo 

Alves Pimenta e José Alberto de Carvalho.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o julgamento do fazendeiro Antério Mânica, irmão de Norberto e que foi pronunciado pela Justiça também como mandante dos crimes, ainda não foi marcado. O MPF informou também que o crime de favorecimento pessoal pelo qual respondia Humberto Ribeiro dos Santos já prescreveu.

 

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