Mais de 30 pessoas já conversaram com investigadores.
Menino sofria de doença genética que pode levar à morte precoce.

Uma médica que cuidava de Marcelo Pesseghini, de 13 anos, deve ser
ouvida pela Polícia Civil nesta terça-feira (20). Ele é apontado pela
polícia como o suspeito de matar os pais, a avó e a tia-avó, na
Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo.
O adolescente sofria de fibrose cística, doença genética que afeta o funcionamento de secreções do corpo, levando a problemas nos pulmões e no sistema digestivo. A doença, que não tem cura, pode levar a morte precoce.
O adolescente sofria de fibrose cística, doença genética que afeta o funcionamento de secreções do corpo, levando a problemas nos pulmões e no sistema digestivo. A doença, que não tem cura, pode levar a morte precoce.
Peritos fizeram na madrugada desta segunda-feira (19) testes com tiros
dentro da casa onde a família morava na Rua Dom Sebastião. Dois
aparelhos que medem ruído foram instalados em casas vizinhas na Rua Dom
Sebastião. Vários disparos foram dados com uma arma semelhante à
utilizada no crime - uma pistola .40. Um perito constatou que, de fato,
os disparos podem ter sido ouvidos pelos vizinhos. Jornalistas tiveram
que permanecer à distância.
Durante as investigações, que entram na terceira semana, alguns
vizinhos disseram ter ouvido disparos que mataram o sargento da Rota
Luís Pesseghini e a cabo da PM Andréia Regina Bovo Pesseghini, a avó
Benedita de Oliveira Bovo, e a tia-avó Bernadete Oliveira da Silva. A
investigação aponta que, depois, Marcelo foi para a escola com o carro
da mãe de madrugada, assistiu às aulas pela manhã, retornou de carona
para a residência da família na Brasilândia, e se matou.

O advogado Arles Gonçalves Júnior, presidente da comissão de segurança da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), disse nesta sexta-feira (16) que o garoto teria sido “influenciado” por jogar muito videogame. O advogado tem acompanhado as investigações por parte do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e garantiu que estão sendo feitas de forma “correta, transparente, serena e legal”. Ele acompanhou os depoimentos de 16 pessoas das 31 chamadas pela Polícia Civil para poder traçar o perfil da família de policiais militares.
O garoto usava a imagem de um assassino de videogame no seu perfil do Facebook há um mês. O suspeito havia trocado sua foto de perfil no dia 5 de julho, passando a utilizar a imagem de um matador do game "Assassin’s Creed". Esta foi a última atualização de Marcelo na rede social.
Para o advogado, os laudos deverão reforçar ainda mais a versão de que Marcelo Pesseghini é o autor da chacina na Brasilândia. “Esse caso é um divisor de águas. Os pais terão de repensar as suas posições, os policiais terão de repensar as suas posições, e a imprensa terá de repensar a abordagem de alguns casos”, afirmou.
Segundo Arles Júnior, os depoimentos prestados revelam que o menino apresentou uma mudança de comportamento, influenciado pelo jogo de videogame. “Todos os depoimentos chamam a atenção, cada um em determinado momento, como se fosse um quebra-cabeças”, disse. Das 31 pessoas ouvidas pela polícia, seis eram amigos de Marcelo Pesseghini, de acordo com o advogado da OAB.
Depoimentos
Na quarta-feira (14), um amigo de Marcelo Pesseghini disse em depoimento que recebeu um telefonema do garoto, horas antes do crime, avisando sobre os assassinatos. A polícia começa, com os depoimentos, a traçar o perfil do adolescente.
Colegas de escola confirmaram que ele disse várias vezes que queria matar os pais, se tornar um matador de aluguel e sair pelo mundo. Um deles contou que, no domingo à tarde, horas antes do crime, Marcelo ligou e disse que iria colocar esse plano em prática. O amigo não deu muita atenção e desligou. No dia seguinte, o garoto soube o que aconteceu com a família Pesseghini.
A polícia espera receber na próxima semana os laudos da perícia que vão ajudar a esclarecer o caso.
Furto a caixas
O deputado estadual Major Olímpio Gomes (PDT) disse na quarta-feira (14) que a cabo Andréia foi convidada por outros policiais militares do 18° Batalhão para participar de furtos a caixas eletrônicos. De acordo com o deputado estadual, ele recebeu a denúncia de militares de várias unidades e diversas patentes e relatou o fato ao coronel Rui Conegundes, comandante da Corregedoria da PM.
A suspeita de ligação de PMs com esta modalidade de crime tinha sido apresentada pelo comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, coronel Wagner Dimas, durante uma entrevista à Rádio Bandeirantes. Entretanto, Dimas voltou atrás e disse ter se perdido durante a entrevista. Dimas disse inicialmente que a cabo ajudou nas investigações confirmando que existia envolvimento de PMs em furtos a caixas eletrônicos.
Segundo relato de Major Olímpio, os policiais que fizeram denúncias dizem que Andréia teria recusado a proposta de formação de quadrilha e denunciou alguns colegas ao seu superior na época, o capitão Fábio Paganotto, no início de 2012. O capitão investigou o caso, mas não chegou a nenhuma conclusão e foi transferido do 18° Batalhão para o 9° Batalhão.
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