Senador viajou de carro da embaixada brasileira de La Paz até Corumbá.
Segundo Ricardo Ferraço (PMDB-ES), boliviano é 'refugiado'.

Senador Roger Pinto chega a Brasília
(Foto: Cíntia Acayaba/G1)
(Foto: Cíntia Acayaba/G1)
O senador boliviano Roger Pinto desembarcou à 1h10 deste domingo (25)
no aeroporto internacional de Brasília acompanhado pelo senador Ricardo
Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do
Senado. Pinto deixou La Paz em um carro da embaixada brasileira e foi até Corumbá (MS), de onde seguiu para a capital.
O senador estava asilado na embaixada brasileira na Bolívia havia mais de um ano, alegando perseguição política do governo Evo Morales. Ao desembarcar em Brasília, Pinto agradeceu às autoridades brasileiras.
“Fiz boa viagem acompanhado do senador. Devo agradecer a todo Brasil e suas autoridades”.
Segundo o senador Ferraço, Pinto utilizou o carro da embaixada
brasileira acompanhado de fuzileiros navais e viajou por 22 horas até
Corumbá. Já na cidade brasileira, ele foi recebido por agentes da
Polícia Federal. Pinto embarcou em avião particular de familiares de
Ferraço até Brasília, onde vai ficar no apartamento do senador
brasileiro. De acordo com Ferraço, a organização para a vinda de Pinto
foi feita "em conjunto" entre as autoridades brasileiras.
Questionado se temia o fato de ter vindo ao Brasil sem a Bolívia
conceder salvo-conduto, documento que garante o livre trânsito em
determinado território, e se isso atrapalharia as negociações para asilo
político, Pinto preferiu não responder e disse "esperar um momento
oportuno uma vez que conheça a decisão das autoridades".

"Espero que continue meu asilo, eu tenho asilo e espero que continue", disse Pinto.
Ferraço afirmou que o Brasil já havia solicitado o salvo-conduto e
trata-se de "uma iniciativa de soberania nacional" e que o país fez
"gesto de solidariedade humana".
"À medida em que o governo brasileiro já tinha dado asilo e já tinha
solicitado salvo-conduto e o salvo-conduto é de fato uma iniciativa de
soberania nacional, eu não vejo qualquer problema na vinda dele para o
Brasil que é, antes de tudo, um gesto de solidariedade humana. Foram 455
dias em condições absolutamente restritas e estamos diante de um
perseguido político por ausência de democracia na Bolívia", afirmou o
parlamentar brasileiro.
"Nos tempos mais difíceis, nas ditaduras mais duras daqui da América do
Sul, como o caso do de Augusto Pinochet do Chile, todos os
salvos-condutos foram concedidos portanto estamos diante de uma ditadura
arbitrária", completou Ferraço.
A ministra boliviana da Comunicação, Amanda Dávila, disse no sábado
(24) que se Pinto não estivesse mais na Bolívia, "seu status mudou de
refugiado para foragido da Justiça, sujeito à extradição".
Segundo Ferraço, Pinto veio na condição de refugiado.
“Ele não é foragido. Ele foi recepcionado em Corumbá, adotou todos os
procedimentos. O governo brasileiro já tinha concedido asilo político
antes do salvo-conduto. Ele está acolhido no Brasil como refugiado, como
perseguido político”, disse Ferraço.
"O importante é que ele está seguro, com sua vida preservada, portanto
distante de qualquer tipo de perseguição politica como ele vinha
sofrendo na Bolívia simplesmente era o líder da oposição e porque
denuncia todo o envolvimento do narcotráfico na Bolívia", completou.
A mulher, os três filhos e quatro netos do senador boliviano também
estão no Brasil. Eles chegaram meses atrás. O Itamaraty não quis
comentar a chegada de Pinto ao Brasil.
Processos
O senador temia ser detido em decorrência de algum dos mais de 20
processos que o governo boliviano move contra ele. O político é acusado
de vários de crimes de corrupção no país.
Pinto foi condenado a um ano de prisão na Bolívia
por danos econômicos ao estado. Dez dias depois, recebeu asilo político
do Brasil, porém não tinha autorização do governo da Bolívia para
deixar o país.
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