Governador do Rio afirmou que assinará carta que pede verba para saúde.
Ele também defendeu aumento da participação especial sobre petróleo.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, informou nesta segunda-feira (5), antes de encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que apóia o movimento de governadores que busca aumentar a quantidade de recursos destinados à saúde. Segundo ele, isso poderia ser feito por meio do retorno da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta no fim de 2007.
"Foi uma covardia a extinção da CPMF. Fez muito mal, não ao governo do Presidente Lula, mas ao povo brasileiro", declarou ele a jornalistas. Acrescentou que acha "fundamental" uma nova fonte de recursos para a saúde, conforme indicação da presidente Dilma Rousseff. Segundo ela, os parlamentares, caso queiram fazer novas despesas, também devem indicar a arrecadação extra para o seu pagamento.
De acordo com Sérgio Cabral, poucos foram os países, incluindo aqueles do chamado "primeiro mundo", que adotaram o modelo universal de acesso à saúde existente no Brasil.
"Nós adotamos na carta de 1988. O fato é que no meu estado, por exemplo, você pega hospitais que eram referências de bons serviços, apesar de público, porque eles atendiam segmentos da população. No momento que foi universalizado em 88, como a Educação precisa de financiamento próprio", afirmou o governador.
Questionado se não seria o caso de melhor administrar os recursos existentes, uma vez que a arrecadação federal subiu quase R$ 100 bilhões entre janeiro e julho deste ano, segundo informações do Fisco, Cabral disse que o Estado tem aumentado os investimentos.
"O Brasil está expandindo cada vez mais os seus investimentos e é o motivo da alavancagem do crescimento econômico brasileiro. A combinação de investimentos públicos com privados. Essa presença cada vez mais siginificativa do PAC, o minha Casa Minha Vida, tudo isso requer mais dinheiro público. O governo brasileiro tem o papel, junto com os governos estaduais e municipais, de alavancadores da economia brasileira", disse ele.
Sobre os "royalties" do petróleo, o governador do Rio de Janeiro defendeu um aumento da participação especial, elevando a arrecadação em cerca de R$ 3,5 bilhões por ano, e destinando estes recursos aos estados não produtores.
"Essa seria uma boa alternativa. A Grã-Bretanha já fez, assim como os Estados Unidos. Quem pagaria [esse aumento da participação especial] são as empresas produtoras de petróleo", afirmou ele, ao fim do encontro com o ministro da Fazenda.
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