Eleição 2014

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12/08/2011

Encontro entre professores e alunos termina em confusão

Secretária de Educação, Ana Lúcia
Gazzola diz que aulas serão repostas
aos sábados


Educadores foram ao local para reunião com a diretoria sobre a greve; estudantes reclamam e se sentem prejudicados

Uma convocação feita por pais de alunos - com apoio da direção da Escola Estadual Nova Contagem, anexo Geovanine Chiode, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte -, que utilizaram um carro de som para dizer aos estudantes do ensino médio que eles deveria voltar às aulas na última segunda-feira, terminou em bate-boca e confusão entre professores e estudantes. O motivo foi a recusa dos grevistas que trabalham na instituição de retornarem às salas de aula.

Em greve desde 8 de junho em todo o Estado, a categoria pede a adoção do piso salarial de R$ 1.597 para uma jornada de 40 horas semanais.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Educação (SEE), do total de 3.777 escolas em Minas, 80 estão totalmente paradas e 672 estão com as atividades parcialmente paralisadas. Já o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) registra 50% das escolas sem aulas.

Na noite da última segunda-feira, quando os alunos da escola de Contagem chegaram à instituição, encontraram as salas vazias e os professores reunidos com a direção.

Quando estudantes e educadores se encontraram, os ânimos se alteraram e um bate-boca tomou conta dos corredores da instituição de ensino. "Eles (alunos) começaram a nos insultar", relembrou a professora Rosely Souza. Segundo ela, os grevistas tinham ido ao local para saber como estavam as atividades na escola. "Tínhamos a informação de que alguns professores retornaram às salas", contou.

Outra professora da instituição afirmou que a diretoria havia ameaçado substituir o quadro de funcionários. "O diretor já dizia que nossos cargos poderiam ficar à disposição", disse a professora Aniele de Souza. O diretor da escola não quis falar com a reportagem.

Para a comunidade, a greve está sendo arbitrária e prejudicial aos alunos que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). "Sem as aulas, não sei como a gente vai conseguir fazer o Enem neste ano. Estão fazendo a gente de palhaço", disse uma aluna, que pediu para não ter o nome revelado.

Até dezembro

Caso as aulas do 3° ano do ensino médio voltem na próxima segunda-feira, com a contratação dos 3.000 professores substitutos para escolas de toda Minas Gerais, os alunos ficarão em salas de aula até o dia 17 de dezembro. De acordo com a secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazzola, serão necessários 18 sábados letivos para que as aulas sejam repostas aos estudantes.

A Secretaria de Estado de Educação informou, no entanto, que 30% dos sábados letivos deverão ser utilizados com atividades coletivas. "Não precisam ser na sala de aula. Podem ser ministradas com atividades ou em aplicação de simulados", explicou a secretária. Após a contratação dos professores substitutos, ficará a cargo de cada escola o planejamento da reposição.

Impasse

Professores: o Sind-UTE alega que o piso nacional é de R$ 1.597 para 40 horas semanais.

Estado: o governo afirma que, com o regime de subsídio, o menor salário pago em Minas é de R$ 1.122 para 24 horas semanais.

Um comentário:

  1. E assim o Estado está conseguindo desestruturar ainda mais a imagem da ESCOLA e do PROFESSOR. Direito é direito! Absurdo a posição de nossos gestores. E o pior é que diretores e secretarias de educação apoiam essa barbárie! São meros interlocutores parciais, desmerecedores do cargo para o qual foram eleitos. Vergonha MINAS. Antes o exemplo para o mundo: INCONFIDÊNCIA. Hoje, exemplo de ANTI-EDUCAÇÃO. E os pais e alunos são meros bonecos de marionete, apenas usados como forma de pressão desonesta. Acorda Minas!

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