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30/08/2011

Monitor de Escândalos no Congresso

Deputado cedeu R$ 100 mil em passagens para empresa farmacêutica


Data de Divulgação

3.ago.2011

Os sites da Câmara e do Senado fornecem e-mail e telefones de contato dos envolvidos nesse escândalo que ainda têm mandato. Para deputados, clique aqui e escolha o nome do envolvido. Em seguida, clique em pesquisar e obtenha seus contatos. Para senadores, clique aqui e, depois, sobre o nome do envolvido no escândalo.O escândalo

O deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG) cedeu R$ 100 mil em passagens aéreas pagas pela Câmara dos Deputados ao laboratório União Química Farmacêutica, noticiou a revista “Época” em 3.ago.2011. A atitude, segundo a reportagem, é considerada ilegal por procuradores da República.

Segundo a reportagem, de 2006 a 2008, o esquema beneficiou o dono do laboratório, Fernando Marques, e funcionários. Um deles, Daniel Tavares, relatou o suposto desvio à revista e mostrou comprovantes de emissão de passagens pelo deputado. O site da revista mostra reprodução de um dos documentos.

Tavares era assessor parlamentar do deputado Geraldo Thadeu e foi designado para acompanhar o empresário Fernando Marques em seus compromissos em Brasília. “Tavares se aproximou tanto de Marques que acabou trocando de emprego. Virou assessor do empresário na União Química, a quem acompanhava em audiências públicas, uma delas com o presidente Lula”, publicou “Época”. No início de 2010, Tavares saiu brigado da empresa, mas não explicou o motivo à reportagem, afirmou o texto.

Como retribuição às passagens, Fernando Marques teria dado ao deputado Thadeu duas picapes importadas, afirmou Daniel Tavares, de acordo com “Época”.

Outra informação da reportagem é que o deputado Geraldo Thadeu informou à Justiça Eleitoral em 2010 ter recebido doação de R$ 406 mil de três empresas de Fernando Marques. “É quase metade de todas as doações declaradas”, comentou a publicação.

Daniel Tavares afirmou, de acordo com a reportagem, que Thadeu ajudou o empresário a conseguir licenças ambientais para construir uma fábrica de medicamentos em Brasília. O ex-funcionário disse, segundo o texto, que o político levou Fernando Marques a uma audiência com Ciro Gomes, então ministro da Integração Nacional, em busca de apoio.

Outro lado

Procurado pela revista “Época”, o deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG) tentou negar a doação das passagens. “Informado sobre os comprovantes, disse que, como não havia regras claras, podia fazer o que quisesse com sua cota”.

A respeito das picapes, o deputado negou que os veículos fossem registrados em seu nome. No entanto, afirmou, segundo publicado pela revista, que “é comum político receber carros emprestados.”

Sobre o recebimento de dinheiro para campanha, o deputado disse que Fernando Marques o ajudava em campanhas eleitorais por ser seu amigo “há mais de 30 anos” sem, por isso, nunca ter pedido nada. “Eu nunca usei o mandato para ajudar suas empresas”, afirmou Thadeu.

Já o empresário Fernando Marques não respondeu aos pedidos de entrevista até o fechamento da reportagem, publicou “Época”.

O que aconteceu?

O PPS, partido de Geraldo Thadeu, informou em nota, em 6.ago.2011, que enviaria o deputado a seu conselho de ética para que ele prestasse explicações sobre o caso. Thadeu é um dos integrantes do PPS que anunciou sua saída do partido para ajudar Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, a abrir uma nova sigla.

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