Eleição 2014

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05/02/2013

Presidente da Petrobras diz que não há como aumentar produção

Produção só melhora no 2º semestre, com seis novas plataformas.

Graça Foster disse que não há projetos novos previstos para 2013.
Lilian Quaino

Do G1, no Rio
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, disse que 2013 será um ano difícil para a companhia. Ao detalhar o resultado do desempenho da companhia em 2012 a investidores, ela afirmou, nesta terça-feira (5), que a produção média ficará no mesmo patamar do ano por conta de paradas programadas para manutenção das plataformas.


“Não temos condições de aumentar a produção nacional fisicamente. Vai ser um ano difícil para a produção de petróleo, que deve ficar em 2,022 milhões de barris por dia, a média de 2012, com variações em 2% para cima e para baixo. Se me perguntarem, digo que deve ficar em 2% negativo. A produção só vai começar a crescer no segundo semestre de 2013, com novas seis plataformas que estarão trabalhando ao longo do ano”, disse.

Na noite de segunda-feira, a estatal informou que, no acumulado do ano de 2012, seu lucro alcançou R$ 21,18 bilhões, uma queda de 36% em relação a 2011 (R$ 33,31 bilhões). A produção foi de 1.980 mil bpd no Brasil, 2% inferior à de 2011.


Ela afirmou ainda que não há projetos novos previstos para 2013. “Temos projetos maduros. É preciso recuperar a produção dos ativos em que já investimos, temos que trabalhar a logística e aproveitar as sinergias de ativos já existentes, incluindo Transpetro e BR Distribuidora”, explicou.



Graça disse que em 2012 foi um desafio manter a produção dentro da meta, ainda que o resultado final tenha ficado no mínimo do esperado, pois, segundo disse, ela não abre mão das paradas necessárias para manutenção das plataformas. E também por conta dos altos custos operacionais.


“Fizemos um trabalho forte de gestão em 2012 atingindo todas as camadas da empresa. E não pode continuar com custos operacionais na dimensão que vinham ocorrendo”, disse.


Segundo Graça, uma decisão acertada da companhia foi o investimento na recuperação da eficiência da Bacia de Campos. “Cresceu 11 pontos percentuais entre abril e dezembro de 2012”.



Reajustes não foram suficientes

Os três reajustes de preço do diesel, que somaram 16,1%, e os dois da gasolina, 14,9%, ocorridos nos últimos oito meses, não foram suficientes para eliminar as diferenças entre os preços domésticos e os internacionais, disse Graças Foster.


Segundo explicou, a divergência acentuada não foi causada pelo Brent, mas pelo aumento de 17% do preço dos derivados em reais.


“Os reajustes trarão para 2013 uma melhoria, mas não o conforto da paridade internacional. Nossa busca pela convergência com preços internacionais é permanente”, disse ela.


Graça disse ainda que com o crescimento do mercado acima do aumento da produção, causou uma maior importação de gasolina; já a maior carga nacional processada e a menor produção de petróleo impactaram a exportação em 2012. Com isso, o déficit comercial ficou em 231 mil barris por dia, o dobro do que foi registrado em 2011.


A presidente da Petrobras explicou que grande parte do desempenho da estatal abaixo do registrado em 2011 se deveu à despesa não prevista com poços secos, que chegou em 2012 a R$ 7 bilhões. Para 2013, a companhia trabalha com uma previsão de R$ 6 bilhões.


“Já houve mudanças políticas exploratórias para administrar o risco de poços secos na companhia que são mais caros”, disse.


Outra responsável pela queda na produção de petróleo em 2012 foi a paralisação das operações da Chevron no Campo de Frade, por conta de um vazamento em novembro de 2011.


“São menos 14 mil barris por dia em Frade. A Petrobras produziu menos 28 mi barris por dia por dificuldades operacionais previstas em 2012”, disse.

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