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23/02/2013

Após rebelião, visitas são retomadas na Penitenciária Nelson Hungria

Parentes reclamaram da demora na revista, e grávidas não entraram hoje.
Pavilhão 1 do presídio em Contagem ficou 31 horas em poder dos detentos.

 Do G1 MG

As visitas aos detentos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, foram retomadas neste sábado (23). Os presos do pavilhão 1 fizeram uma rebelião que durou 31 horas e só terminou às 16h desta sexta-feira (22).
Na manhã de quinta (21), uma professora do ensino fundamental e um agente penitenciário foram feitos reféns pelos presos do pavilhão 1. Eles queimaram colchões e destruíram parte do telhado. O fornecimento de luz e de alimentos foi cortado desde o início da rebelião até a libertação dos reféns, 31 horas depois. Depois de um acordo com parte das reivindicações dos presos atendidas, os dois reféns foram libertados, sem ferimentos.


Parentes chegaram ansiosos para a primeira visita após o motim. Alguns relataram que tiveram medo durante a rebelião. O início da visita, que deveria ter começado às 8h, atrasou e os portões só foram abertos às 9h30. Alguns familiares reclamam da demora na revista para começar a visita. E a agilidade nas visitas era uma das reivindicações dos rebelados.
Outra reivindicação dos detentos que a Secretaria de Defesa Social atendeu era a volta da visita de mulheres grávidas ao sistema convencional. Antes da rebelião, a visita de grávidas era feita em uma sala reservada, com a presença de um agente penitenciário, porque elas não podem ser submetidas ao exame de raio-x na revista. Algumas delas estiveram na penitenciária na manhã deste sábado, mas não puderam entrar. Uma delas disse que os agentes disseram não saber quando elas poderiam entrar de novo no presídio.
A Subsecretaria de Administração Prisional informou que as grávidas foram avisadas que só terão as visitas liberadas nos próximos dez ou 15 dias. Ninguém da Secretaria de Defesa Social foi encontrado para falar sobre a demora nas visitas.
Rebelião na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, acabou por volta das 16h (Foto: Reprodução/TV Globo)
Rebelião na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem,acabou por volta das 16h (Foto: Reprodução/TV Globo)
De acordo com a Secretaria de Defesa Social, um dos itens do acordo entre os presos e o gabinete de crise, com autoridades policiais e do governo foi a garantia da integridade física dos rebelados. O comitê ainda acordou que nenhum dos rebelados será transferido da unidade.
A secretaria ainda informou que o diretor da penitenciária não será afastado. Esta era uma das exigências da rebelião. Apesar de não ter sido atendida, a Corregedoria garantiu que vai apurar as denúncias de espancamento feita pelos detentos que participaram do motim.
"A direção não foi mudada. Continua a mesma. Será feita uma correição na unidade prisional, para ver se, realmente, o que eles [presos] colocaram como demandas são verdadeiras ou não. Isso foi um dos compromissos que a gente assumiu", afirmou o subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira.
O subsecretário informou, ainda, que a previsão para o fim da apuração das denúncias apontadas pelos rebelados é de 30 dias. Porém, o prazo pode ser prorrogado, segundo Oliveira.
Oliveira falou também que a reforma nos pavilhões danificados começa neste sábado (23). Ele não soube dizer o valor do prejuízo. Enquanto os danos são reparados, os 103 presos do pavilhão 1 vão ser tranferidos para o pavilhão 2, que fica ao lado.
Oliveira informou que uma varredura foi feita nesta sexta para verificar se há algum celular com os presos. As aulas da próxima semana foram suspensas, conforme informou o subsecretário.
Detentos passam por revista após fim da rebelião na Penitenciária Nelson Hungria em Contagem (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Detentos passam por revista após fim da rebelião na Penitenciária Nelson Hungria em Contagem (Foto: Reprodução/TV Globo)
 

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