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05/03/2012

Mulher vive horas de pânico com o ex

Inconformado com o fim do namoro, ele a arrancou de danceteria, deu socos, tapas e a manteve em cárcere privado
LUCIENE CÂMARAfalesuper@supernoticia.com.br

Família de Ana Paula diz que nunca foi a favor do namoro dela
Uma noite de festa acabou em pesadelo para a ajudante de dentista Ana Paula da Silva, 30. Na madrugada de ontem, ela estava com uma prima na danceteria Peixe Vivo, em Contagem, na região metropolitana, quando foi surpreendida pelo ex-namorado, o comerciante Marlon Soares Vieira, 32, que, inconformado com o término da relação, a arrastou do local à força. Durante cerca de uma hora, ela foi agredida e mantida em cárcere privado na casa do agressor.
A violência só terminou com a chegada da Polícia Militar, que foi acionada por parentes da vítima. "Fiquei com muito medo. Ele não me deixava ir embora e me batia", disse Ana Paula. Ela sofreu ferimentos no rosto e nas costas e foi socorrida na Unidade de Atendimento Imediato (Uai) do bairro Ressaca, em Contagem.
Vieira, que não tinha passagem pela polícia, foi preso em flagrante e enquadrado na lei Maria da Penha por agressão e cárcere privado, sem direto a fiança. A pena prevista é de até quatro anos de cadeia. Ontem mesmo ele foi levado para o Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp). "Eu errei e estou arrependido. Mas eu não sou bandido. Agi por impulso porque gosto muito dela", declarou.
Ana Paula contou que terminou o namoro de dez anos há cerca de dois meses, quando descobriu que Vieira tinha uma amante. Segundo a família da vítima, ele vivia ligando e rondando a ex-namorada.
Na noite de sábado, o pai dela, o aposentado José Geraldo da Silva, 62, foi quem a levou à danceteria. "Elas queriam se divertir", disse. Ana Paula contou que estava conversando com amigos quando viu o ex-namorado. "Ele me puxou pelo braço e me levou à força para o carro", disse. Vieira afirmou que teve essa reação ao ver a ex beijando outro homem. "Eu confiava na fidelidade dela. Fiquei louco quando vi aquilo, perdi a cabeça."
Família teme libertação
Os pais de Ana Paula Silva temem que a lei seja falha e que Marlon Soares Vieira volte a rondar a casa da família. "Espero que ele leve bastante tempo na cadeia para pagar pelos tapas que ele deu na minha filha", disse a mãe da vítima, a dona de casa Maria Albino da Silva, 55. O pai, José Geraldo da Silva, pensa em acionar a proteção da polícia caso o agressor seja solto. "A gente vê tanta notícia de violência contra a mulher, que dá medo na gente", comentou.
Não é de hoje que a família é contra o relacionamento. Durante o namoro, surgiram histórias de traições e sinais de violência por parte de Vieira. "Eu falava para a minha filha deixar esse cara para lá, mas nunca imaginei que o caso chegaria a esse ponto", comentou Maria.
O pai disse que não dava palpites, mas também não apoiava. "No começo eu não era contra. Mas depois, com as brigas, a gente fica meio preocupado", afirmou. Segundo os pais, o telefone da casa deles não para de tocar com mulheres de Vieira à procura de Ana Paula. "Elas ficam ligando para perturbar, querem saber se a Ana está com ele", relatou José Geraldo. (LC)
Marcas na pele
No Audi A4 do ex-namorado, Ana Paula da Silva foi agredida com socos no rosto e tapas nas costas. Marcas da mão do agressor ficaram na pele da vítima. Ela usava óculos de grau no momento da agressão e, com os socos, sofreu hematomas nos olhos.
A prima de Ana Paula, que viu a cena na danceteria, acionou familiares e também a Polícia Militar. (LC)
MINIENTREVISTA
Ana Paula da Silva vítima
Como era o seu relacionamento com o Vieira? A gente namorava há dez anos. Nunca chegamos a morar juntos, mas a gente saia bastante. Eu gostava dele. Só terminei mesmo porque descobri que ele tinha outra mulher. Vi os dois juntos, aí, não teve mais jeito.
Ele já tinha dado sinais de agressão? Ele nunca chegou a me ameaçar. Teve só uma vez que ele me puxou à força na padaria onde eu trabalhava. Ele também já tinha me traído há uns anos. Nós chegamos a terminar, mas acabei perdoando.
Na madrugada de ontem, você teve medo de morrer? Claro. Ele me batia e não me deixava sair, trancou as portas da casa.

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