Eleição 2014

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16/05/2013

- Atualizado em 16/05/2013 18h19 Protesto abafa comemoração dos 70 anos do Complexo da Pampulha

Cerimônia terminou sem ações previstas.

Servidores municipais de BH em greve reividincam 22% de reajuste salarial.
Sara AntunesDo G1 MG
Pouco foi dito durante o lançamento do selo comemorativo dos 70 anos do Complexo da Lagoa da Pampulha na tarde desta quinta-feira (16). Com uma hora de atraso e sem a presença do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, o evento foi abafado pelos protestos dos servidores municipais em greve há 17 dias por reajuste salarial de 22% e outros benefícios para a categoria. O presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas José de Oliveira, fez um discurso breve por causa da “recepção”, afirmou ele. Durante o pronunciamento, os manifestantes gritavam: “A Cultura está em greve”. Já o presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Mauro Werkema, não conseguiu nem desejar bom dia aos presentes. Ele só foi ouvido quando anunciou a apresentação do Coral Lírico de Minas Gerais e pediu silêncio “em respeito aos artistas”, o que provocou aplausos.

Manifestantes protestaram na comemoração dos 70 anos do Complexo da Pampulha. (Foto: Sara Antunes/G1)Manifestantes protestaram na comemoração dos 70 anos do Complexo da Pampulha. (Foto: Sara Antunes/G1)
O selo comemorativo não foi mostrado e o processo de restauração do complexo arquitetônico não chegou a ser detalhado como previsto. A ausência de Lacerda foi mais um motivo de reclamações. Os servidores cantaram várias músicas com o nome do prefeito, como “Lacerda cadê você, eu vim aqui só para te ver”. Uma das músicas do coral também serviu de inspiração para o protesto. Quando os artistas cantaram “ele não sabe que seu dia é hoje”, os manifestantes passaram a repetir como um refrão.

O Complexo Arquitetônico e Paisagístico da Pampulha, um dos principais símbolos da capital,completou 70 anos nesta quinta. Com tombamento nas esferas municipal, estadual e federal, o cartão-postal aguarda análise para receber da Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco) o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.
Leônidas de Oliveira encara os manifestantes ao tentar fazer discurso. (Foto: Sara Antunes/G1)Leônidas de Oliveira encara os manifestantes ao
tentar fazer discurso. (Foto: Sara Antunes/G1)
A expectativa é obter o título em 2015 ou 2016 por se tratar de um “processo mais lento”, afirmou Leônidas de Oliveira. “Antes disso é impossível”, afirmou. Mas a restauração visa também atrair turistas durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo no país. O presidente da fundação falou ainda do processo de interpretação da Pampulha por meio de 67 placas indicativas. A sinalização não só apontará roteiros como também detalhará as obras e monumentos; tudo em espanhol, inglês e português.
Para junho, há a previsão do terminar a restauração da Casa do Baile. Em 15 de julho, deve ser finalizada a Casa JK. O memorial ao presidente Juscelino Kubitschek será inaugurado em setembro com uma exposição para celebrar a data em que o político faria 103 anos.
Mauro Werkema ressaltou a reconstrução do roteiro turístico do complexo, agora subdividido em circuitos. Uma das rotas indica pontos de atividades na natureza e parques, outro localiza as obras do arquiteto Oscar Niemeyer, há ainda roteiros gastronômicos e esportivos. O trabalho já foi concluído, mas é preciso reuniões com as agências de turismo para divulgação. “É toda uma construção com os operadores de viagem”, explicou o presidente da Belotur.
Complexo arquitetônico e cultural
Inaugurado no ano de 1943, o complexo foi encomendado pelo então prefeito da capital, Juscelino Kubitschek. A obra contou com os trabalhos de decoração de Candido Portinari e Alfredo Ceschiatti, com o projeto paisagístico de Burle Marx e os traços de Oscar Niemeyer.
Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, o Museu de Arte receberá pintura interna e externa, restauração do piso em taco, limpeza dos revestimentos e o carpete do auditório será trocado. A Casa do Baile terá as esquadrias e o piso restaurados, a cobertura será impermeabilizada e os mármores, limpos. Os jardins de Burle Marx receberão uma intervenção para ter de volta suas características originais. A casa onde morou Juscelino Kubitschek, na orla da lagoa, vai funcionar um museu, a Casa Kubitschek.
A praça Dino Barbieri, em frente à igrejinha, vai abrigar o Centro de Atendimento ao Turista (CAT), para a prestação de serviços de informação turística. A região receberá nova sinalização, com placas interpretativas em português, inglês e espanhol.
Já a orla, vai receber recapeamento em 18 quilômetros. Ainda segundo a prefeitura, o investimento total na recuperação da bacia hidrográfica e na requalificação da Pampulha será superior a R$ 425 milhões, sendo R$ 158,40 milhões provenientes do município, com apoio do governo federal, R$ 256 milhões do governo estadual, por meio da Copasa, e outros R$ 10,8 milhões em recursos próprios e parcerias firmadas pela prefeitura

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