Em vez de celas, correntes. Esta é a situação da Delegacia de Furtos e Roubos de Patos de Minas, no Alto Paranaíba. Os detentos são algemados a uma corrente enquanto esperam o encaminhamento do delegado, já que a delegacia não possui celas para abrigar os presos. Além disso, o local apresenta infiltrações, mofo excessivo, encanamentos quebrados, fiação elétrica precária e janelas quebradas.
O imóvel foi construído em 1912 e, por ser um dos prédios públicos mais antigos de Minas, foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) na década de 1990 - quando funcionava uma cadeia no local.
Em 2002, o prédio passou por uma reforma, na qual recebeu pintura nova e reboco completo em sua fachada. Mas a estrutura continuou comprometida, pois o tombamento impede mudanças drásticas no aspecto.
Segundo o delegado Luiz Mauro Sampaio, várias salas do prédio estão inutilizadas, servindo apenas para o depósito de papéis e documentos antigos. "O mofo tomou conta de quase todo o local, as janelas estão quebradas e quando chove enfrentamos um grande problema de infiltração", disse.
Dessa forma, a delegacia, que oferece suporte a outras 14 cidades, mantém os presos algemados a uma corrente, enquanto aguardam transferência para o presídio da cidade. "Todo preso que recebemos da PM tem de ficar em uma sala preso a uma corrente, porque não temos celas", acrescentou o delegado.
Responsável
A secretaria de Patrimônio Histórico de Patos de Minas informou que a responsabilidade para reformar o prédio é da Secretaria de Estado da Defesa Social. O órgão estadual, por sua vez, alegou que somente o Ministério como o prédio pertence à Polícia Civil e ainda "não houve conversação para a transição de responsabilidades, logo, o Estado ainda não pode intervir". A Polícia Civil, por meio do delegado titular Élder Barra, informou que pretende repassar o prédio (veja matéria abaixo).
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