Eleição 2014

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10/08/2012

Greves dos servidores: negociações só chegarão com bom senso

Do Hoje em Dia 

São abusivas as greves de funcionários públicos, quando, além de deixar de prestar os serviços pelos quais são pagos pelos contribuintes, no percentual mínimo exigido pela legislação, impedem o direito de ir e vir dos cidadãos que precisam trabalhar para cuidar de suas famílias.
A situação é mais grave quando o abuso nesse direito de greve previsto na Constituição de 1988 é praticado por policiais, funcionários que têm o dever de forçar o cumprimento das leis. Esse direito foi estendido pelos constituintes aos funcionários públicos como uma conquista democrática, no fim de uma ditadura que proibiu qualquer tipo de greve por muito tempo. Mas uma greve que atinge tão profundamente a população é um desserviço à democracia.


É um retrocesso também recorrer ao Exército para conter esse verdadeiro desafio que a nata do funcionalismo público faz nesse momento ao governo Dilma Rousseff, paralisando universidades, aeroportos, portos, rodovias e outros serviços essenciais, como o fornecimento de passaportes. A presidente tenta endurecer o jogo. Além de mandar cortar o ponto dos grevistas, aprovou o sistema Proteger, elaborado pelo Exército, que deverá custar R$ 9,6 bilhões. Um dos objetivos é garantir os prédios públicos e os serviços essenciais em caso de greves.

Quem conhece a história recente de Minas se lembra de quando o então governador Eduardo Azeredo, do PSDB, pediu a ajuda do Exército para reprimir uma greve da Polícia Militar. Não foi uma boa medida, e o PT, na oposição, contribuiu para que o prestígio político do governador, até então em firme ascensão em todo o país, despencou a tal ponto que ele nem conseguiu se reeleger. A história pode se repetir em nível federal, neste governo liderado pelo PT, como uma simples farsa. A oposição, com o PSDB à frente, vai tentar, naturalmente, tirar proveito político disso.

Então, o melhor para o governo é recorrer ao bom senso para resolver o imbróglio. Essa é uma questão política, até mesmo por se apresentar quase às vésperas de eleições que, embora municipais, interessam à presidente Dilma Rousseff, pois pode ter reflexos nas eleições de 2014. Como qualquer questão política, esta exige negociações e acordos, o que não ocorre até o momento. As negociações só chegarão a bom termo, porém, se houver bom senso também por parte das lideranças dos funcionários. Não podem querer recuperar de uma vez só as perdas salariais ocorridas nos últimos anos. 

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