TJMG afasta desembargador após denúncia de venda de habeas corpus

Desembargador foi afastado a pedido do Superior Tribunal de Justiça.

Polícia Federal investiga esquema de fraude de liminares.

Do G1 MG

imprimir O desembargador Hélcio Valentim de Andrade Filho foi afastado nesta quinta-feira (30) de suas funções no Tribunal de Justiça de Minas Gerais por 60 dias. O TJMG disse ter cumprido imediatamente uma decisão do ministro Massami Uyeda, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Polícia Federal investiga um esquema de venda de habeas corpus para libertar presos em Minas. Ele foi conduzido ao STJ, em Brasília, onde era ouvido até o fim da tarde. Segundo o STJ, o processo relativo ao magistrado corre em segredo de Justiça.

A investigação começou há cinco meses, a pedido do Ministério Público Estadual de Alpinópolis. As liminares de soltura de presos eram negociadas por até R$ 180 mil cada. De acordo com a polícia, um advogado protocolava o pedido de soltura em determinado plantão do tribunal, quando estaria trabalhando uma outra pessoa envolvida na fraude.

saiba mais

Quadrilha suspeita de vender habeas corpus é presa em Minas Gerais Goleiro Bruno é ouvido na ALMG sobre denúncia de venda de habeas corpus

Juiz afastado na Operação Naufrágio tem pedido negado na OAB do ES STJ intima magistrado de MT citado em esquema de venda de sentença O advogado, um empresário e outras cinco pessoas também foram detidas nesta quinta-feira (30). O advogado e o empresário foram ouvidos pela polícia e liberados, após colaborarem com as investigações. O defensor do advogado disse que o cliente assumiu participação no esquema. Já o defensor do empresário não foi encontrado para falar sobre o assunto. Os nomes dos suspeitos presos e a participação de cada um no esquema não foram divulgados pela PF porque as investigações continuam. O G1 não conseguiu falar com o desembargador.

Dentre os presos estão duas pessoas detidas em Ribeirão Preto (SP). De acordo com a assessoria da Polícia Federal em Divinópolis, também há mandados contra traficantes do Mato Grosso que teriam sidos beneficiados pelo esquema. Eles são considerados foragidos pela Polícia Federal.