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17/06/2012

FALTA POUCO PARA A INSTALAÇÃO DE UMA CPI EM JUÍZ DE FORA. DEPUTADO SGT RODRIGUES (PDT) E O DEPTADO PAULO LAMAC (PT) JÁ TEM PROVAS SUFICIENTES PARA COLOCAR MUITA GENTE BOA NA CADEIA.

Deputados dizem ter provas para abrir CPI

Testemunha prestou depoimento na PF em Juiz de Fora; parlamentares dizem faltar apenas uma assinatura para instaurar processo

Por Renato Salles / Origem: Claudio Correa Neto

     Sargento Rodrigues (PDT) e Paulo Lamac (PT) vieram a JF

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) acredita ter conseguido reunir as provas que faltavam para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias de que policiais civis e militares estariam envolvidos no crime organizado no município. Na tarde dessa sexta-feira (15), os deputados estaduais Sargento Rodrigues (PDT) e Paulo Lamac (PT) estiveram em Juiz de Fora e ouviram o depoimento de uma pessoa ligada à organização que explora as atividades de caça-níquel e jogo do bicho na cidade. O nome da testemunha foi mantido em sigilo pelos parlamentares. O encontro aconteceu na Delegacia de Polícia Federal e contou com a participação de representantes do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, da Polícia Federal e das corregedorias das polícias Civil e Militar.
"Tivemos um depoimento muito longo de um dos envolvidos com o esquema de contravenção que atua na cidade. Essa pessoa explanou com riquezas de detalhes sobre a forma de atuação dos contraventores, o envolvimento de policiais civis e militares e até mesmo como funcionava a propina, com a confirmação de que um delegado chegou a receber pagamentos entre R$ 10 e R$ 16 mil, alguns até mesmo dentro da delegacia", afirma Rodrigues.
Para conseguir instaurar a CPI, os deputados precisam recolher mais uma assinatura. "São informações bombásticas. Esperamos conseguir isso. Já temos 25 assinaturas e precisamos chegar a 26. A instauração da CPI permitirá uma investigação mais aprofundada. Teremos poder de convocação e de utilizar medidas jurídicas como quebra de sigilos bancário e telefônico, explica o pedetista. A atual configuração da ALMG conta com 77 parlamentares e, para instaurar a comissão, é necessária a adesão de um terço dos deputados.
Segundo Lamac, não há dúvida de que existem ligações entre o esquema de Juiz de Fora e o empresário e contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, principal alvo de uma CPI Mista do Congresso, que investiga suas relações com agentes públicos e privados. "Este depoimento mostra que ,em pelo menos 22 pontos há claros vínculos estabelecidos entre as partes, como a utilização de máquinas procedentes de Goiás, reduto de Cachoeira. Vamos utilizar isso como ferramenta de convencimento para a instauração da CPI."
De acordo com as investigações da CDH, os números da contravenção em Juiz de Fora impressionam. Atualmente, existiriam entre 700 e mil máquinas de caça-níqueis operando no município, que renderiam até R$ 500 mil por dia. Assim, o faturamento mensal dos criminosos poderia chegar a R$ 15 milhões. "Tivemos a confirmação de que no auge de suas atuações dois contraventores investigados chegaram a ter 500 caça-níqueis cada, o que justificaria o grande patrimônio acumulado por um deles nos últimos 15 anos."

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