Sindicato dos Médicos de Minas Gerais denuncia que o hospital tem déficit de 15 obstetras e oito pediatras
Neste mês, 25 plantões de obstetrícia deverão ficar
Gestantes que buscarem atendimento médico na Maternidade Odete Valadares correm o risco de não serem atendidas. O Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) denuncia que o hospital, referência no Estado em gestação de alto risco, está operando com déficit de médicos especialistas, entre eles pediatras e obstetras.
Para atender a demanda atual de maneira satisfatória, seria necessário contratar outros 15 obstetras e pelo menos oito pediatras, segundo a diretora do sindicato e neonatologista da maternidade, Ariete Domingues de Araújo. Ela associa a falta de profissionais à baixa remuneração oferecida pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
Médicos recém-formados recebem, por 12 horas de trabalho, o equivalente a R$ 1.700, enquanto os contratados para trabalharem 24 horas ganham R$ 3.600. A Fhemig informou, em nota, que instituiu um grupo de trabalho em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde para elaborar uma proposta de nova tabela salarial, bem como do plano de carreira dos profissionais. O trabalho deve ser entregue até o final do mês. Os recursos já foram orçados. A fundação, entretanto, não se posicionou sobre a falta de médicos, especialmente plantonistas, e não informou o número de profissionais em atuação.
Ariete Araújo afirma que o agravamento da situação pode implicar em riscos à saúde dos profissionais e, sobretudo, dos pacientes. Neste mês, 25 plantões de obstetrícia deverão ficar descobertos. Até agora, para cinco deles, nenhum médico foi escalado. “Isso implica na sobrecarga de trabalho dos médicos que estão sozinhos. Onde deveriam atender três, por exemplo, atende apenas um”, explica. Na próxima terça-feira, haverá um reunião entre as entidades médicas e a diretoria da Maternidade Odete Valadares para discutir a atual situação.
Na pediatria, número de leitos é reduzido em 40%
Na ala de pediatria, para ajustar o atendimento, desde o ano passado, a maternidade reduziu em 40% o número de leitos da unidade neonatal CTI e da unidade intermediária. A solução, conforme a diretora do Sinmed-MG, é paliativa e não resolve o problema.
Na segunda-feira (27), uma obstetra da maternidade enviou ao sindicato um protesto. Na carta ela dizia: “Fica declarada a minha insatisfação e indignação com essa situação caótica em que se encontra a maternidade e, consequentemente, a saúde pública em Minas Gerais. Espero, honestamente, que algo seja feito em favor da maternidade, caso contrário, essa instituição acabará tendo suas portas fechadas para mulheres e gestantes de alto risco”.
Já na maternidade do Hospital Sofia Feldman, são 20 obstetras para atender, por dia, 28 partos, e apenas 40 pediatras. A Maternidade Hilda Brandão, do Grupo Santa Casa, e o Hospital Júlia Kubitschek foram procuradas, mas não se posicionaram sobre o assunto.
descobertos na maternidade
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