KARINA ALVES/ANA CLARA OTONI
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O Comando Geral da Polícia Militar de Minas Gerais avalia o afastamento do comandante do 19º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Teófilo Otoni, tenente coronel Marcos Barbosa da Fonseca, após várias denúncias de abuso de poder, coação, perseguição, assédio moral, agressão, desmandos e até suspeita de envolvimento com drogas. As suspeitas de irregularidades foram apresentadas nessa quarta-feira (14) em uma audiência pública realizada em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, que contou com a presença de representantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião aconteceu na Câmara Municipal e foi acompanhada por cerca de 150 pessoas, entre policiais e outros moradores.
A confirmação de que o afastamento do tenente coronel Fonseca está sendo avaliada pelo Comando Geral da PM foi confirmada pelo superior do militar denunciado, o coronel José Geraldo de Lima, que é o comandante da 15ª Região da Polícia Militar, à qual pertence o 19º BPM. O ouvidor da Polícia Militar, Paulo Alckmin informou que, até segunda-feira (19), uma cópia do relatório da audiência deve ser entregue a ele pela Comissão para o Ministério Público Estadual, para o Comando Geral da Polícia Militar e para a Corregedoria da corporação.
O militar acusado não compareceu a audiência, já que está de licença médica, como confirmado pelo médico da PM Kênio Cássio Teixeira. Ele será novamente convocado pela comissão e, segundo o presidente, deputado Durval Ângelo (PT), se necessário será avaliado por uma junta médica. Até o governador Antonio Anastasia deve ser solicitado para intervir na situação do comandante, conforme Durval. Para o autor do requerimento, o deputado Sargento Rodrigues (PDT), as denúncias são tão graves que, se não foram solucionadas pelo governador ou pela própria corporação, devem ser objetivo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
A falta do militar na reunião gerou estranheza já que no período da licença médica de 15 dias, que teve início dia 7 de março, ele teria cumprido várias atividades. A exemplo de um vídeo apresentado durante a audiência em que mostra o tenente coronel jogando bola; e uma gravação de áudio na qual Fonseca avisa a transferência a um dos policiais que participou da reunião. Um documento assinado por ele, também exibido, libera policiais interessados em acompanhar a audiência, a comparecer, fardados, ao evento.
Durval Ângelo questionou como alguém de licença pode ter tantas atividades e defendeu o afastamento de todo o comando da PM em Teófilo Otoni. “Saio convicto de que esse comandante tinha que estar preso”, considerou. Sargento Rodrigues, que também acredita haver uma rede de apoio e sustentação do comandante no município, disse que um requerimento de sua autoria já foi aprovado, sugerindo o afastamento cautelar do militar do cargo.
O coronel José Geraldo de Lima, afirmou que algumas denúncias já estavam sendo analisadas pela Corregedoria da PM desde o ano passado. O ouvidor da PM, Paulo Vaz Alkimin, e o promotor do Patrimônio Público, Fábio Reis de Nazareth garantiram que todas as denúncias serão investigadas.
Denúncias.
Envolvimento com drogas. O 2º sargento PM Paulo Henrique Gomes Ferreira denunciou estar sendo perseguido pelo tenente coronel desde que o surpreendeu em um local conhecido como Alto da Chapada, que é ermo e frequentado por usuários de drogas. Ele contou que ao chegar ao lugar e perceber a presença do tenente coronel não continuou com a abordagem. Mesmo assim, passou a sofrer retaliações como ser transferido da guarnição tática à qual pertencia, assim como seus dois colegas; e ter tido adulterada as notas de sua ficha de avaliação para promoção.
Traição. Outro policial ameaçado por ter encontrado o comandante em situação constrangedora é o 3º sargento Marcos Antônio Chaves Souza, que trabalhava na Polícia Rodoviária e foi transferido para o batalhão comandado pelo tenente coronel. Marcos teria visto o militar numa festa acompanhado de uma moça, que não era sua esposa. Ele disse que apenas o cumprimentou para evitar o constrangimento, mas foi acusado pelo oficial de tratamento indiferente. “Ele disse que eu fiz pouco caso”, reclamou.
Agressão. Outra acusação foi apresentada pelo auxiliar de laboratório Wanderley Bessa Neves, que recebeu um tapa no rosto do comandante após ter ultrapassado, com sua moto, o carro do militar. Wanderley disse que, quando estava no posto, o militar chegou à paisana, xingando-o de vagabundo e folgado e já agredindo. Ele o teria acusado de infração no trânsito. Testemunha deste caso, o cabo Geraldo Elione também acusa o tenente coronel de abuso. Ele contou que chegou ao posto para abastecer sua moto quando foi chamado pelo comandante, que o ordenou a abordar o motoqueiro Depois disso, afirma ter sofrido ameaças, antes de seu depoimento, e de ser transferido, depois de 27 anos de serviço em Teófilo Otoni, para o município de Salto da Divisa (Jequitinhonha/Mucuri) – sob alegação de problemas com sua esposa, que ocorreram em 2010.
Denúncias.
Envolvimento com drogas. O 2º sargento PM Paulo Henrique Gomes Ferreira denunciou estar sendo perseguido pelo tenente coronel desde que o surpreendeu em um local conhecido como Alto da Chapada, que é ermo e frequentado por usuários de drogas. Ele contou que ao chegar ao lugar e perceber a presença do tenente coronel não continuou com a abordagem. Mesmo assim, passou a sofrer retaliações como ser transferido da guarnição tática à qual pertencia, assim como seus dois colegas; e ter tido adulterada as notas de sua ficha de avaliação para promoção.
Traição. Outro policial ameaçado por ter encontrado o comandante em situação constrangedora é o 3º sargento Marcos Antônio Chaves Souza, que trabalhava na Polícia Rodoviária e foi transferido para o batalhão comandado pelo tenente coronel. Marcos teria visto o militar numa festa acompanhado de uma moça, que não era sua esposa. Ele disse que apenas o cumprimentou para evitar o constrangimento, mas foi acusado pelo oficial de tratamento indiferente. “Ele disse que eu fiz pouco caso”, reclamou.
Agressão. Outra acusação foi apresentada pelo auxiliar de laboratório Wanderley Bessa Neves, que recebeu um tapa no rosto do comandante após ter ultrapassado, com sua moto, o carro do militar. Wanderley disse que, quando estava no posto, o militar chegou à paisana, xingando-o de vagabundo e folgado e já agredindo. Ele o teria acusado de infração no trânsito. Testemunha deste caso, o cabo Geraldo Elione também acusa o tenente coronel de abuso. Ele contou que chegou ao posto para abastecer sua moto quando foi chamado pelo comandante, que o ordenou a abordar o motoqueiro Depois disso, afirma ter sofrido ameaças, antes de seu depoimento, e de ser transferido, depois de 27 anos de serviço em Teófilo Otoni, para o município de Salto da Divisa (Jequitinhonha/Mucuri) – sob alegação de problemas com sua esposa, que ocorreram em 2010.
Perseguições e constrangimentos. Vários outros membros do 19º Batalhão apresentaram denúncias durante a audiência sobre abusos de poder, perseguições e constrangimentos cometidos pelo comandante.
Apurações em cheque. Apesar da garantia dada pelo comandante da 15ª Região da Polícia Militar, à qual pertence o 19º BPM, coronel José Geraldo de Lima, pelo ouvidor da PM, Paulo Vaz Alkimin, e pelo promotor do Patrimônio Público, Fábio Reis de Nazareth de que todas as denúncias contra o comandante serão apuradas, há temor de que nem todos os casos sejam avaliados com exatidão. Isso porque, o o coronel teria relações estreitas com o promotor Nazareth e com outras autoridades das cidades da região. O empresário Luiz Carlos Ferreira Júnior, policial aposentado e dono de uma empresa de segurança, acusou o promotor de ser amigo particular do comandante e de participar de festas com a presença de garotas, que aparentavam ser menores de idade. Júnior disse que ter vídeos que mostram o promotor, o tenente coronel e autoridades de outras cidades dirigindo após ingerir bebida alcoólica e em “atitudes suspeitas”. O empresário disse ser vítima de perseguições em função dessas gravações.
Apurações em cheque. Apesar da garantia dada pelo comandante da 15ª Região da Polícia Militar, à qual pertence o 19º BPM, coronel José Geraldo de Lima, pelo ouvidor da PM, Paulo Vaz Alkimin, e pelo promotor do Patrimônio Público, Fábio Reis de Nazareth de que todas as denúncias contra o comandante serão apuradas, há temor de que nem todos os casos sejam avaliados com exatidão. Isso porque, o o coronel teria relações estreitas com o promotor Nazareth e com outras autoridades das cidades da região. O empresário Luiz Carlos Ferreira Júnior, policial aposentado e dono de uma empresa de segurança, acusou o promotor de ser amigo particular do comandante e de participar de festas com a presença de garotas, que aparentavam ser menores de idade. Júnior disse que ter vídeos que mostram o promotor, o tenente coronel e autoridades de outras cidades dirigindo após ingerir bebida alcoólica e em “atitudes suspeitas”. O empresário disse ser vítima de perseguições em função dessas gravações.
O cabo Geraldo Elione, que foi testemunha do caso da infração de trânsito e agressão cometida pelo coronel, também acusou o médico Kênio Cássio Teixeira de abuso por prendê-lo por dois dias, sob alegação de desacato e desobediência. O médico não homologou um atestado médico de 30 dias apresentado pelo cabo e quis transformá-lo em dispensa, no lugar de licença. Elione não aceitou a negativa e foi acusado pelo médico de desacato. Kênio o mandou se sentar e ele se negou, sendo confinado por dois dias (8 e 9 de março).
Dossiê. O comerciante Jaime Ferreira Souto Filho iria apresentar um dossiê de denúncias contra o comandante Fonseca, mas passou mal durante a audiência e foi internado após sofrer um derrame. A filha dele, a advogada Cecília Souto, explicou que o pai foi ameaçado na noite dessa terça-feira (13) por dois motoqueiros, que o abordaram no caminho para casa, num trevo da BR-116. O carona da moto teria perguntado se ele participaria da audiência e, após a confirmação, teria gritado: “olha o que vocês vão falar amanhã”, levantando a blusa para mostrar um revólver que trazia na cintura. O deputado Sargento Rodrigues disse que uma cópia dos documentos chegou a ser furtada, mas que os originais continuam em poder do comerciante. COM ALMG.
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