Os soldados Jason Ferreira Paschoalino e Jonas David Rosa, do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), vão responder na Justiça comum pelos assassinatos do auxiliar de enfermagem Renilson Veriano da Silva, de 39 anos, e do sobrinho dele Jeferson Coelho da Silva, de 17. O Ministério Público Estadual decidiu ontem denunciar os dois acusados à Justiça Militar apenas pelos crimes de falsidade ideológica e prevaricação. Jason também pode responder por ameaça. O crime foi na madrugada de 19 de fevereiro, no Aglomerado da Serra, Zona Sul da capital. Os dois foram mortos a tiros pelos PMs, que simularam um confronto.
Na denúncia feita ontem pelo promotor da Auditoria Militar, Carlos Alberto Isoldi, mais dois militares – o tenente Clayton José de Santana e o sargento Giando Gomes de Lemos – vão responder pelos mesmos crimes. Eles chegaram no local depois dos assassinatos, mas, segundo as investigações, participaram da farsa para encobrir o crime. Na ocasião, os PMs apresentaram duas fardas, que seriam de Jason, e dois revólveres, para sustentar a versão de que um grupo de bandidos, que se passava por militares, trocou tiros com os integrantes da guarnição Rotam 15.654.
O soldado Adelmo Felipe de Paula Zuccheratte, que dirigia a viatura, foi denunciado apenas por prevaricação, já que não teve participação direta. O quarto policial integrante da guarnição, o cabo Fábio de Oliveira, teve extinta a punibilidade ainda na fase de inquérito, já que foi encontrado morto dentro de uma cela do 1º Batalhão da PM, dois dias depois da decretação de sua prisão preventiva. Mais oito soldados, que também foram indiciados por prevaricação, não foram denunciados. Porém, o promotor Carlos Isoldi informou que analisa as fichas de cada um, para uma possível denúncia vislumbrando uma transação penal.
Os assassinatos de Jeferson Silva e Renilson Veriano foram motivos de protestos no Aglomerado da Serra, com queima de ônibus e confrontos entre moradores e policiais militares. Jeferson, filho de um cabo da Polícia Militar, era dançarino de um grupo de jovens. A tentativa de ligar seu nome e de seu tio a grupos criminosos casou revolta entre a comunidade, que denunciou ações truculentas de PMs da Rotam. Testemunhas acusaram os militares do duplo homicídio e de extorquirem traficantes. Segundo disseram, tio e sobrinho foram mortos depois que criminosos da área se recusaram a dar propina aos policiais da Rotam.
Origem: Jornal estado de Minas
Nenhum comentário:
Postar um comentário