Essa é a terceira baixa seguida do indicador.
Queda na produção de veículos influenciou resultado.
Queda no setor de veículos influenciou indicador
(Foto: Divulgação/ ANPr)
(Foto: Divulgação/ ANPr)
A produção da indústria brasileira caiu pela terceira vez seguida. Em
maio, o recuo foi de 0,6%, na comparação com o mês anterior, segundo
dados divulgados nesta quarta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Frente a maio do ano anterior, a atividade fabril mostrou baixa ainda maior, de 3,2%.
"No mês de abril, [o recuo] foi mais intenso por causa do efeito
calendário. No mês de maio não houve influência do calendario, existe o
mesmo número de dias", afirmou André Macedo, gerente de coordenação de
indústria do IBGE.
Tanto na comparação mensal quanto na anual, o indicador foi
influenciado
fortemente pela queda da produção de veículos. Em relação a
um ano atrás, o recuo chegou a 20,1%. Nesta segunda-feira, o governo
anunciou a manutenção das atuais alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros até o fim do ano. O tributo deveria subir, e deixar os veículos mais caros, a partir do dia 1º de julho.
“Não é tão somente [o setor de veículos], é um destaque, mas tem um
conjunto de setores industriais que tem comportamento de queda, sob um
olhar frente a abril, frente a maio do ano passado ou quando a gente olha o acumulado de 2014”, diz o gerente.
Por outro lado, a produção foi maior nos ramos de indústrias extrativas
(7,6%), produtos alimentícios (2,1%), equipamentos de informática,
produtos eletrônicos e ópticos (7,8%) e produtos farmoquímicos e
farmacêuticos (8,1%).
Bens de consumo duráveis mostraram queda de 11,2%; bens de capital, de
9,7%; bens intermediários, de 2,8%, e, na contramão, bens de consumo
semi e não-duráveis, com alta de 0,8%.
Mudança na metodologia
De acordo com o IBGE, esse é o segundo resultado da Pesquisa
Industrial Mensal de Produção Física nacional após sua reformulação
metodológica. A partir da divulgação de março, o levantamento passou a
incorporar novos produtos – como tablets e biodiesel – e perder outros.
Com isso, a série composta a partir de 2010 do Produto Interno Bruto
(PIB), que é a soma de tudo o que é produzido no país, será recalculada,
segundo o IBGE.
A reformulação da pesquisa de produção
industrial vai levar à atualização dos dados desde janeiro de 2012. A
mudança ocorre para incorporar a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas 2.0 (CNAE) e atualizar a amostra de setores, produtos e
informantes, a estrutura de ponderação dos índices e a infraestrutura
tecnológica dos instrumentos de coleta, apuração e análise dos
indicadores.
A CNAE padroniza os códigos de atividade econômica dos órgãos da administração tributária do país e é elaborada pela Receita Federal com orientação técnica do IBGE.
De acordo com nota técnica publicada no site do instituto em 22 de
abril, os índices de produção industrial calculados na pesquisa mensal
buscam apontar as "alterações das quantidades de bens e serviços
produzidos ao longo do tempo".
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