Despesas de brasileiros no exterior somaram US$ 2,34 bilhões no mês.
Este é o maior valor da história para todos os meses; série começou em 1947.
Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 2,34 bilhões em abril,
o que representa um novo recorde para todos os meses desde o início da
série histórica, em 1947, informou o Banco Central (BC) nesta
sexta-feira (23).
Desde que a instituição começou a divulgar informações do tipo, o maior
valor de gastos no exterior para todos os meses havia sido registrado
em outubro do ano passado, quando as despesas de brasileiros lá fora
somaram US$ 2,29 bilhões.
Impacto do dólar
O recorde de gastos de brasileiros no exterior acontece em um momento
de queda do dólar em relação ao patamar vigente no fim de 2013 e no
início deste ano.
No fim do ano passado, a moeda americana estava cotada ao redor de R$
2,34. Em janeiro e fevereiro deste ano, oscilou por volta de R$ 2,40. Já
em abril, o dólar registrou desvalorização de 1,74% frente ao
fechamento de março, terminando o período em R$ 2,23.
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As despesas
no exterior somaram US$ 8,21 bilhões
nos quatro primeiros meses deste ano – um recorde para
o período
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, lembrou que, no
primeiro trimestre de 2014, as despesas no exterior estavam menores que
em igual período do ano passado. Ele não soube dizer, porém, se o
recorde registrado em abril representa uma "nova tendência" de alta dos
gastos lá fora.
"A valorização cambial [alta do real e subsequente queda do dólar] pode
estar se refletindo nesses números [de despesas de brasileiros no
exterior]", acrescentou Maciel.
O dólar mais baixo barateia as passagens e os hotéis cotados em moeda
estrangeira. Outros fatores que impulsionam as despesas de brasileiros
no exterior, segundo especialistas, são o aumento da renda no Brasil e
os preços mais baratos de produtos em outros países.
Primeiro quadrimestre
Ainda de acordo com o Banco Central, as despesas no exterior somaram
US$ 8,21 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, o que representa
um aumento de 1,7% frente ao mesmo período do ano passado, quando o
total foi de US$ 8,08 bilhões. Com isso, os gastos de brasileiros lá
fora também bateram recorde em 2014 para os quatro primeiros meses de um
ano.
Alta do IOF
As despesas de brasileiros no exterior bateram recordes mesmo com a
adoção, no fim de 2013, de medidas para conter esses gastos. A alíquota
do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – incidente nos pagamentos
em moeda estrangeira feitos com cartão de débito, saques em moeda
estrangeira no exterior, compras de cheques de viagem (traveller checks)
e carregamento de cartões pré-pagos – foi elevada de 0,38% para 6,38%
no fim do ano passado. Com isso, essas operações passaram a ter a mesma
tributação dos cartões de crédito internacionais.
Histórico de gastos no exterior
Em 2013, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 25,3 bilhões e bateram recorde para um ano inteiro, contra US$ 22,2 bilhões nos 12 meses anteriores. Em 2011, as despesas dos nossos turistas lá fora haviam somado US$ 21,2 bilhões.
Em 2013, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 25,3 bilhões e bateram recorde para um ano inteiro, contra US$ 22,2 bilhões nos 12 meses anteriores. Em 2011, as despesas dos nossos turistas lá fora haviam somado US$ 21,2 bilhões.
Até 1994, quando foi criado o Plano Real para conter a hiperinflação no
país, os gastos de brasileiros no exterior não tinham atingido a
barreira dos US$ 2 bilhões. Mas, naquele ano, quando o real foi ao
equiparado ao dólar, as despesas somaram US$ 2,23 bilhões. Entre 1996 e
1998, elas oscilaram entre US$ 4 bilhões e US$ 5,7 bilhões.
Com a maxidesvalorização cambial de 1999 e o dólar ultrapassando R$ 3
em um primeiro momento, as despesas lá fora também ficaram mais caras.
Com isso, os gastos voltaram a recuar e ficaram, naquele ano, próximo de
US$ 3 bilhões.
As despesas de brasileiros fora do país voltaram a atingir a barreira
de US$ 5 bilhões por ano apenas em 2006. Desde então, têm apresentado
forte crescimento: em 2007, 2008 e 2009, atingiram respectivamente US$
8,2 bilhões, US$ 10,9 bilhões e US$ 10,8 bilhões.
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